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(NÃO MEXER)

Zacarias - Pai De João Batista - NT

CAPÍTULO VII
A ANUNCIAÇÃO DE JOÃO E JESUS POR GABRIEL
João, o Precursor
Relacionadas às profecias sobre o nascimento de Cristo, encontramos predições concernentes a um que haveria de precedê-lo, preparando o seu caminho. Não é de surpreender que a anunciação do advento imediato do precursor tenha sido rapidamente seguida pela do Messias; nem que as proclamações tenham sido feitas pelo mesmo embaixador celestial – Gabriel, enviado da presença de Deus. (Lucas 1:19, 26; Daniel 8:16; 9:21-23).
Cerca de quinze meses antes do nascimento do Salvador, Zacarias, sacerdote da ordem aarônica, estava oficiando em suas funções no templo em Jerusalém. Sua esposa, Isabel, era também de família sacerdotal, pertencendo à descendência de Aarão. O casal não havia sido abençoado com filhos, e na época a que nos referimos, estavam idosos, tendo perdido, com tristeza, a esperança de posteridade. Zacarias pertencia ao turno sacerdotal de Abias. Esta era a oitava entre as vinte e quatro ordens estabelecidas pelo rei Davi, as quais se revezavam cada semana para servir no santuário. Quando o povo retornou da Babilônia, apenas quatro desses turnos estavam representados, cada um com uma média de mais de mil e quatrocentos homens. (Lucas 1:5; comparar com I Crônicas 24:10).
Durante sua semana de serviço, era requerido de cada sacerdote que mantivesse escrupulosa pureza cerimonial. Ele tinha que se abster de vinho e alimentos, exceto os especialmente prescritos; tinha que banhar-se freqüentemente. Permanecia dentro dos recintos do templo, ficando, portanto, privado da associação familiar. Não lhe era permitido aproximar-se dos mortos, nem prantear, segundo o costume estabelecido, se a morte lhe roubasse mesmo um de seus entes mais próximos e queridos. A seleção diária do sacerdote que devia entrar no Lugar Santo e queimar incenso no altar de ouro, era determinada por sorte, e por fontes históricas, não escriturísticas, sabemos também que, em virtude do grande número de sacerdotes, a honra de assim oficiar raramente cabia duas vezes à mesma pessoa.
Neste dia, a sorte caíra sobre Zacarias. Era uma ocasião muito solene na vida do humilde sacerdote judeu – este único dia de sua vida em que lhe era requerido o serviço especial e particularmente sagrado. Dentro do Lugar Santo, ele ficava separado apenas pelo véu do templo do Oráculo ou Lugar Santíssimo – o santuário interior no qual ninguém, senão o sumo sacerdote, podia entrar, e este apenas no dia da Expiação, depois de uma longa preparação cerimonial. (Levítico 16; Hebreus 9:1-7; ver também “A Casa do Senhor”, p. 59 e comparar com p. 24 a 39. Ver nota no final deste capítulo). O lugar e a ocasião provocavam os sentimentos mais nobres e reverentes. Ao ministrar Zacarias no Lugar Santo, o povo fora curvou-se em oração, esperando que aparecessem as nuvens da fumaça do incenso sobre a grande divisão que formava a barreira entre o lugar de assembléia geral e o Lugar Santo, e esperando a reaparição do sacerdote e o pronunciamento de sua bênção.
Neste momento supremo de seu serviço sacerdotal, apareceu ante os olhos assombrados de Zacarias, à direita do altar do incenso, um anjo do Senhor. Haviam passado muitas gerações entre os judeus, desde que se manifestara, dentro do templo, uma presença visível não humana, tanto no Lugar Santo como no Santíssimo; o povo considerava as visitações pessoais de seres celestiais como ocorrências no passado; haviam chegado quase a crer que não havia mais profetas em Israel.
Não obstante, havia sempre um sentimento de ansiedade, semelhante a uma expectativa preocupada, cada vez que um sacerdote se aproximava do santuário interior, que era considerado a morada particular de Jeová, na esperança de que ele condescendesse em visitar seu povo. Em vista destas condições, lemos sem surpresa que esta presença angélica perturbou Zacarias e causou-lhe medo.
As palavras do visitante celestial, entretanto, foram confortadoras, e de importância surpreendente, apresentando a indiscutível afirmação de que suas orações tinham sido ouvidas, pois sua esposa geraria um filho, que deveria ser chamado João. (Ler nota 1 no final do capítulo 4 – Para outros exemplos de crianças prometidas a despeito de esterilidade devida à idade ou outras causas, ver também Isaque (Gênesis 17:16, 17 e 21:1-3); Sansão (Juízes, capítulo 13); Samuel (1 Samuel 1); filho da sunamita (2 Reis 4:14, 17). A promessa foi ainda mais longe, especificando que a criança nascida de Isabel seria uma bênção para o povo; muitos se regozijariam com seu nascimento; ele seria grande aos olhos do Senhor e não deveria beber vinho nem bebidas fortes; (Ver nota 1 no final do capítulo); seria cheio do Espírito Santo; através dele, muitas almas se voltariam para Deus, e precederia o Messias, preparando o povo para recebê-lo.
Zacarias, indubitavelmente, reconheceu, na predição do futuro da criança anunciada, o grande precursor sobre o qual haviam falado os profetas e cantado os salmistas; mas que tal criatura fosse seu filho e de sua esposa já idosa, parecia-lhe impossível, a despeito da promessa do anjo. O homem duvidou e perguntou de que maneira poderia certificar-se da veracidade do que lhe estava dizendo o anjo: “Respondeu-lhe o anjo: Eu sou Gabriel, que assisto diante de Deus e fui enviado para falar-te e dar-te estas alegres novas; E eis que, ficarás mudo, e não poderás falar até ao dia em que estas coisas aconteçam; porquanto não creste nas minhas palavras, que a seu tempo se hão de cumprir”. (Lucas 1:19, 20). Quando o sacerdote grandemente abençoado, mas extremamente perturbado, finalmente saiu e se apresentou diante da congregação, que esperava ansiosa em virtude de sua demora, não pode senão despedir sem palavras a assembléia e, através de sinais, indicar que havia tido uma visão. O castigo pela dúvida já se manifestava: Zacarias estava mudo.
No devido tempo, nasceu a criança, no interior montanhoso da Judéia (Lucas 1:57; comparar verso 39), onde Zacarias e Isabel tinham o seu lar; e, no oitavo dia depois do nascimento, a família se reuniu de acordo com o costume e requisito mosaicos, para dar nome à criança, juntamente com o ritual da circuncisão (Nota 2, no final do capítulo). Zacarias ignorou todas as sugestões de que a criança recebesse o nome do pai, e escreveu de maneira decisiva e final: “Seu nome é João”. Nesse momento, soltou-se a língua do sacerdote mudo (Nota 3, no final do capítulo) e, estando cheio do Espírito Santo, prorrompeu em profecia, louvor e canto; suas afirmações inspiradoras foram adaptadas à música e são cantadas em culto por muitas congregações cristãs como o Benedictus:
“Bendito o Senhor Deus d’Israel, porque visitou e remiu o seu povo. E nos levantou uma salvação poderosa na casa de Davi seu servo. Como falou pela boca dos seus santos profetas desde o princípio do mundo; para nos livrar dos nossos inimigos e da mão de todos os que nos aborrecem; para manifestar misericórdia a nossos pais, e lembrar-se do seu santo concerto, e do juramento que jurou a Abraão nosso pai, de conceder-nos que, libertados da mão de nossos inimigos, o serviríamos sem temor, em santidade e justiça perante ele, todos os dias da nossa vida. E tu ó menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque hás de ir ante a face do Senhor, a preparar os seus caminhos; para dar ao seu povo conhecimento da salvação, na remissão dos seus pecados, pelas entranhas da misericórdia do nosso Deus, com que o Oriente do alto nos visitou; para alumiar aos que estão assentados em trevas e sombra de morte; a fim de dirigir os nossos pés pelo caminho da paz.” (Lucas 1:68-79).
As últimas palavras pronunciadas por Zacarias, antes de ser atingido pela mudez, haviam sido de dúvida e descrença, palavras nas quais pedira um sinal como prova de autoridade de alguém que viera da presença do Todo-Poderoso; as palavras com as quais quebrou seu longo silencio foram de louvor a Deus, em quem tinha toda confiança, palavras que foram como sinal para todos os que as ouviram, e sua fama espalhou-se por toda a região.
As circunstâncias incomuns do nascimento de João, notadamente os meses de mudez por que passou seu pai, e a repentina recuperação de sua fala, quando indicava o nome pré-designado para seu filho, fizeram com que muitos se maravilhassem e outros se enchessem de temor, perguntando: “Quem será pois este menino?” Quando homem, João ergueu sua voz no deserto, novamente em cumprimento da profecia, fazendo com que o povo perguntasse se ele não era o Messias. (Lucas 1:65, 66; ver também 3:15). O único registro que temos de sua vida entre a infância e o início de seu ministério público, período esse de aproximadamente trinta anos, é a seguinte sentença: “E o menino crescia, e se robustecia em espírito. E esteve nos desertos até ao dia em que havia de mostrar-se a Israel.” (Lucas 1:80).
JESUS, O CRISTO – p.72-76.

3. O mal que atingiu Zacarias – O sinal solicitado por Zacarias foi assim dado pelo anjo: “E eis que ficarás mudo, e não poderás falar até ao dia em que estas coisas aconteçam; porquanto não creste nas minhas palavras, que a seu tempo se hão de cumprir.” (Lucas 1:20) Pelo que relatam as Escrituras sobre a ocasião em que o  menino João foi circuncidado e recebeu o nome, é inferido por alguns que seu pai Zacarias estava também surdo, pois os presentes lhe perguntaram “por sinais” como desejava que se chamasse o filho (versículo 62).
JESUS, O CRISTO – p.85.








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