Style

Artigos

Pesquisar

Vale a Pena Ler

Citações

Biblía

Poesias

Sobre o Autor

(NÃO MEXER)

Milagre - Jesus Anda Sobre Águas

A multidão, agora alimentada e satisfeita, refletiu sobre o milagre. Em Jesus, por quem tão grande obra fora realizada, reconheceram Alguém que possuía poderes sobre-humanos. “Este é verdadeiramente o profeta que devia vir ao mundo”, disseram eles – o Profeta cuja vinda havia sido prevista por Moisés e que deveria ser como ele próprio. Assim como Israel havia sido milagrosamente alimentada durante a época de Moisés, assim também agora este novo Profeta provia pão no deserto. Em seu entusiasmo, o povo propôs aclamá-lo rei e compeli-lo a tonar-se seu líder. Essa era sua concepção bruta da supremacia messiânica. Jesus ordenou a seus discípulos que partissem de barco, enquanto permanecia para despedir a multidão, agora excitada. Os discípulos hesitaram em deixar o Mestre; mas ele compeliu-os a lhe obedecerem. Sua insistência para que os Doze se separassem dele e da multidão pode ter sido consequência de um desejo de proteger os discípulos escolhidos contra possível contaminação pelos desígnios materialistas e iníquos da multidão, de fazê-lo rei. Por meios não detalhados, ele fez com que o povo se dispersasse; e, com o cair da noite, encontrou aquilo que viera procurar – solidão e calma. Subindo a montanha, escolheu um lugar ermo e lá permaneceu em oração a maior parte da noite.

“Sou Eu; Não Temais”
(Mateus 14:22-33; comparar com Marcos 6:45-52; João 6:15-21.)

A volta de barco transformou-se numa jornada memorável para os discípulos. Encontraram um violento vento de proa, o que, naturalmente, tornou impossível o uso de velas; e não obstante lurarem arduamente com os remos, a embarcação tornou-se praticamente incontrolável e agitava-se em meio às águas (Página 312, NOTAS DO CAPÍTULO XX – Nota 1, Tempestades no Lago da Galiléia). Embora tivessem lutado quase toda a noite, tinham avançado menos de quatro milhas do caminho a navegar; voltar e correr adiante do vento poderia acarretar naufrágio. Sua única esperança consistia em manter o navio contra o vento por simples força muscular. Jesus, em seu retiro solitário, teve consciência da situação angustiosa em que se encontravam, e na quarta vigília da noite (Nota 6, no final do capítulo), isso é, entre três e seis horas da manhã, veio em seu socorro, caminhando sobre as águas tumultuosas, como se estivesse pisando chão sólido. Quando os viajantes o avistaram aproximando-se do barco, na tíbia luz da madrugada, foram dominados por temores supersticiosos, e gritaram aterrorizados, pensando que viam algum fantasma. “Mas Jesus imediatamente lhes falou: Tende bom ânimo, sou eu, não temais”.
Aliviado por estas palavras reconfortantes, Pedro, impetuoso e impulsivo como sempre, gritou: “Senhor se (Quer dizer “uma vez que” ou “visto que”) és tu, manda-me ir te contigo por cima das águas.” Tendo Jesus concordado, Pedro desceu do barco e caminhou em direção ao Mestre. Mas, quando o vento o golpeou e as ondas se ergueram à sua volta, sua confiança vacilou e ele começou a afundar. Embora bom nadador (Comparar com o mergulho impetuoso de Pedro no mar, para alcançar o Senhor ressuscitado na praia. João 21:7.), cedeu ao medo e clamou: “Senhor, salva-me!” Jesus apanhou-o pela mão, dizendo: “Homem de pouca fé, por que duvidaste?”
Pela extraordinária experiência de Pedro, aprendemos que o poder pelo qual Cristo caminhava sobre as ondas podia operar em outros, desde que sua fé fosse duradoura. Foi por seu próprio pedido que Pedro recebeu permissão de tentar o feito. Tivesse Jesus negado, a fé do homem poderia ter sofrido um abalo. Sua tentativa, embora tendo falhado parcialmente, foi uma demonstração da eficácia da fé no Senhor, demonstração essa que nenhum ensinamento verbal poderia ter transmitido. Jesus e Pedro entraram no barco. O vento cessou imediatamente e o barco logo alcançou a praia. O assombro dos apóstolos diante dessa última manifestação de controle sobre as forças da natureza, dada pelo Senhor, teria estado mais próximo da adoração e menos do terror, tivessem eles lembrado as maravilhas anteriores que haviam testemunhado – mas esqueceram até mesmo o milagre dos pães e seus corações haviam-se endurecido (Marcos 6:52). Maravilhando-se diante do poder daquele para quem o mar revolto era um chão sustentador, os apóstolos curvaram-se diante do Senhor em adoração reverente, dizendo: “Verdadeiramente és Filho de Deus” (Note-se que esta é a primeira vez que este título aparece nos Evangelhos Sinóticos, aplicado a Jesus por mortais; compare-se com um exemplo anterior de sua aplicação por Natanael, João 1:49).
Fora as maravilhosas circunstâncias de sua ocorrência literal, o milagre é rico em simbolismo e sugestão. Por meio de que lei ou princípio o efeito da gravidade foi substituído, de forma que um corpo humano pudesse ser mantido sobre a superfície líquida, o homem é incapaz de dizer. O fenômeno é uma demonstração concreta da grande verdade de que a fé é um princípio de poder, pelo qual as forças naturais podem ser condicionadas e controladas (“Regras de Fé”, capítulo 5 – “A fé, um princípio de Poder”). Na vida de cada ser adulto, existem experiências semelhantes à da luta dos navegantes sacudidos pela tempestade, com ventos contrários e mares ameaçadores; frequentemente a noite da luta e do perigo já está bem adiantada quando chega o socorro. E, então, muitas e muitas vezes o auxílio salvador é confundido com um terror maior. Assim como chegou a Pedro e a seus companheiros aterrorizados, no meio das águas, turbulentas, assim chega a todos que labutam arduamente, com fé, a voz do Libertador – “Sou eu; não temais”.
JAMES E. TALMAGE – Jesus O Cristo, Capítulo XXI, pp.324-327.





Clique para imprimir ou salvar

Clique para imprimir ou salvar