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Sermão Da Montanha - VT

O SERMÃO DA MONTANHA - (Mateus 5:3-12; comparar Lucas 6:20-26; e 3 Néfi 12:1-12.)
Numa ocasião muito próxima à ordenação dos Doze, Jesus pronunciou um discurso memorável que, devido ao local onde foi feito, se tornou conhecido como o Sermão da Montanha. Sobre ele, Mateus apresenta um relato extenso, que ocupa três capítulos do primeiro evangelho. Lucas dá-nos uma sinopse menor. (Mateus, capítulos 5, 6, 7; Lucas 6:20-49. Ver também o esclarecimento do sermão feito por Jesus Cristo depois de haver ressuscitado, aos nefitas no continente ocidental; 3 Néfi, capítulos 12, 13, 14. Ver também o capítulo 39 deste livro.) As variações circunstanciais que aparecem nos dois registros são de menor importância. (Nota 1, no final do capítulo.) É ao sermão em si que devemos, com proveito, dedicar nossas considerações. Lucas introduz, em diferentes partes de seus escritos, muitos dos preciosos preceitos apresentados no sermão registrado como discurso ininterrupto no Evangelho de Mateus. Em nosso presente estudo, seremos orientados principalmente pelo relato deste último. Algumas partes deste amplo sermão foram dirigidas expressamente aos discípulos que tinham sido ou seriam chamados ao apostolado, consequentemente sendo requerido deles que renunciassem a todos os interesses mundanos pela obra do ministério. Outras partes foram e podem ser de aplicação geral. Jesus havia subido à encosta da montanha, provavelmente para escapar às multidões que o comprimiam nas cidades ou fora delas. (Mateus 4:23-25; ler esses versículos juntamente com 5:1; ver também Lucas 6:17-19.) Os discípulos reuniram-se ao seu redor e ali se sentou ele e os ensinou.(Nota 1, no final do capítulo.)
As sentenças iniciais são ricas em benção, e a primeira parte do discurso é dedicada a uma explicação do que constitui a genuína bem-aventurança; a lição foi apresentada de maneira simples e inequívoca, pelo método da aplicação específica, a cada um dos abençoados, sendo-lhes prometido o galardão de gozar de condições diretamente opostas àquelas sob as quais sofreram. As bênçãos específicas pelo Senhor, nesta ocasião, foram designadas mais tarde, na literatura, como as Bem-aventuranças. Os pobres de espírito serão enriquecidos como herdeiros legítimos do reino dos céus; os que choram serão consolados, pois perceberão o propósito divino em seu pesar, e unir-se-ão novamente aos seres amados dos quais foram separados; os mansos, que preferem ser espoliados a pôr em risco suas almas em contendas, herdarão a terra; os que tem fome e sede de justiça serão fartamente alimentados; os que demonstram misericórdia serão julgados com misericórdia; os puros de coração serão admitidos à presença de Deus; os pacificadores, que se esforçam por salvar a si mesmos e aos seus semelhantes dos conflitos, serão contados entre os filhos de Deus; os que sofrem perseguições por causa de justiça herdarão as riquezas do reino eterno. Aos discípulos, o Senhor falou diretamente, dizendo: “Bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós, por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós”. (Mateus 5:11, 12; comparar Lucas 6:26; 3 Néfi 12:11, 12.)
É evidente que as bênçãos especificadas e a felicidade que elas contêm só serão alcançadas plenamente após a morte, embora a alegria, que se sente pela consciência de se estar vivendo em retidão, constitua, ainda neste mundo, valiosa recompensa. Um elemento importante nesta esplêndida elucidação do verdadeiro estado de bem-aventurança é a diferença entre o prazer e a felicidade. (Nota 2, no final do capítulo.) O mero prazer é, na melhor das hipóteses, passageiro; felicidade é duradoura, pois sua lembrança renova a alegria. A felicidade suprema não é uma realização terrena; a prometida “plenitude de gozo” jaz no além-túmulo e na ressurreição. (Doutrina e Convênios 93:33.) Enquanto o homem existe em seu estado mortal, necessita de algumas das coisas do mundo; necessita de alimento e roupas e um lugar para se abrigar; e além destas precisões essências, pode desejar legitimamente as facilidades da educação, as vantagens de uma era progressiva e aquilo que condiz com o refinamento e cultura; entretanto, todas estas coisas apenas auxiliam as realizações, e não constituem o fim para o qual o homem foi feito mortal.
As bem-aventuranças prescrevem deveres na vida mortal como preparação para uma existência superior, ainda que futura. No reino dos céus, duas vezes mencionado nesta parte do discurso do Senhor, encontram-se verdadeiros tesouros e felicidade inesgotável. O reino dos céus é o objetivo absoluto deste maravilhoso sermão; os meios para alcançar o reino e as glórias da cidadania eterna constituem as principais divisões do tratado.
JESUS, O CRISTO – James E. Talmage, Capítulo XVII, pp.223-225.

Época e Local do Sermão da Montanha. – Mateus logo de início menciona o discurso, colocando-o mesmo antes de seu próprio chamado, na alfândega – chamado esse que certamente precedeu a ordenação dos Doze como um grupo – e antes de registrar muitos ditos e atos do Senhor, já tratados nestas páginas. O sumário parcial que Lucas faz da obra aparece após o relato da ordenação dos apóstolos. Mateus afirma que Jesus subira à montanha e se assentara, enquanto falava; o registro de Lucas sugere terem Jesus e os Doze primeiramente descido da montanha até uma planície, onde foram encontrados pela multidão, tendo Jesus pregado de pé. Os críticos que se comprazem nas insignificâncias, frequentemente negligenciando os assuntos vitais, tentaram dar relevo a estas variações aparentes. Não parece provável que Jesus tenha pregado demoradamente na montanha aos discípulos presentes, dentre os quais havia escolhido os Doze, e que depois de haver terminado seu discurso, tenha descido com eles até a planície onde a multidão se reunira, repetindo, então, partes do que havia dito antes? A relativa amplitude do relato de Mateus pode dever-se ao fato de que ele, como um dos Doze, estivesse presente ao primeiro e mais extenso discurso.
JESUS, O CRISTO – James E. Talmage, Capítulo XVII, NOTAS 01 DO CAPÍTULO, p.239.

No incomparável Sermão da Montanha, Jesus indicou-nos oito maneiras diferentes de alcançarmos (…) alegria. Cada uma de Suas declarações se inicia com a palavra “Bem-aventurados”. (…) Essas declarações do Mestre são conhecidas na literatura do mundo cristão como as Bem-Aventuranças. (…) Elas representam de fato a constituição para uma vida perfeita.
Examinemo-las por alguns instantes. Quatro delas dizem respeito a nós mesmos, individualmente, e mostram-nos como proceder em nossa vida pessoal se quisermos ser perfeitos e alcançar o estado bem-aventurado dessa alegria interior.
Bem-aventurados os pobres de espírito.
Bem-aventurados os que choram.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça.
Bem-aventurados os limpos de coração. [Ver Mateus 5:3–4, 6, 8.]

Os pobres de espírito

Ser pobre de espírito significa sentir-se como aqueles que são carentes espiritualmente, que sempre dependem do Senhor para a roupa, o alimento, o ar que respiram, a saúde e a própria vida, percebendo que não devem deixar passar um único dia sem que orem fervorosamente para agradecer e pedir orientação, perdão e forças suficientes para as necessidades diárias. Se um jovem se der conta de suas necessidades espirituais, quando estiver em locais perigosos, onde sua vida corre riscos, poderá ser atraído para a fonte da verdade e receber sussurros do Espírito do Senhor em suas horas de maior tribulação. É muito triste ver que, por causa das riquezas, conhecimento ou posição no mundo, algumas pessoas se acham independentes e isentas dessa necessidade espiritual. [Ser pobre de espírito] é o contrário de ser orgulhoso ou presunçoso. (…) Se, em sua humildade, vocês se derem conta de sua necessidade espiritual, estarão preparados para serem adotados na “Igreja do Primogênito e tornarem-se os eleitos de Deus”. [Ver D&C 76:54; 84:34.]

Os que choram

Ao chorar, como indica a lição do Mestre, a pessoa precisa mostrar que a “tristeza segundo Deus opera arrependimento”, granjeia para o penitente o perdão dos pecados e o proíbe de voltar aos atos pelos quais pranteia. [Ver II Coríntios 7:10.] Significa ver, como o fez o Apóstolo Paulo, “[glória] nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência; e a paciência a experiência, e a experiência a esperança”. (Romanos 5:3–4) É preciso estar disposto a “carregar os fardos uns dos outros, para que fiquem leves”. É preciso estar disposto a “chorar com os que choram e consolar os que necessitam de consolo”. (Mosias 18:8–9) Quando uma mãe chora em solidão esperando
a volta de uma filha desobediente, movidos pela compaixão vocês devem proibir que alguém atire a primeira pedra. (…) Ao chorarem com os idosos, as viúvas e os órfãos, vocês devem oferecer-lhes o auxílio necessário. Em suma, devem ser como o publicano e não como o fariseu. “Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!” [Ver Lucas 18:10–13.] Sua recompensa por fazer [isso] é a bênção de receber refrigério para sua própria alma por meio do perdão de seus pecados.

Os que têm fome e sede

Vocês já tiveram fome de comida e sede de água quando tudo o que lhes foi oferecido para aplacar suas angustiantes necessidades foram algumas migalhas de pão dormido e um gole de água quente? Se já passaram por algo assim, podem ter ideia da maneira como o Mestre ensinou que devemos ter fome e sede de justiça. É essa fome e sede que tira as pessoas de casa e as leva a buscar a união com os santos nas reuniões sacramentais e induz à adoração no Dia do Senhor onde quer que se encontrem. É isso que as inspira a orar com fervor, as leva aos templos sagrados e as faz permanecer reverentes lá. Aquele que santificar o Dia do Senhor se encherá de uma alegria duradoura e muito mais desejável do que os prazeres efêmeros resultantes de atividades contrárias ao mandamento de Deus. Se perguntarmos com “um coração sincero e com real intenção, tendo fé em Cristo, ele (…) manifestará a verdade (…) pelo poder do Espírito Santo” e por esse poder, podemos “saber a verdade de todas as coisas”. (Morôni 10:4–5) (…)

Os limpos de coração

Se quisermos ver a Deus, precisamos ser puros. (…) Algumas pessoas que conviviam com Jesus enxergavam Nele apenas o filho de José, o carpinteiro. Outros O consideravam um beberrão por causa de Suas palavras. Já outros O acusavam de estar endemoninhado. Somente os justos O viam como o Filho de Deus. Somente se formos puros de coração veremos a Deus. Da mesma forma, ainda que em menor grau, só enxergaremos o que há de divino nas pessoas e conseguiremos amá-las por causa da bondade que virmos nelas. Identifiquem bem as pessoas que criticam e difamam os homens de Deus ou os líderes ungidos do Senhor em Sua Igreja. Suas palavras brotam de um coração impuro.
A fim de sermos admitidos no reino do céu, precisamos não só ser bons, mas fazer o bem e ser bons para alguma coisa. Assim, se quisermos caminhar diariamente rumo à meta da perfeição e à vida em sua plenitude, precisamos aprender os outros quatro “artigos” da carta magna do Mestre para uma vida perfeita. Essas bem-aventuranças têm a ver com as relações sociais dos homens uns com os outros.
Bem-aventurados os mansos.
Bem-aventurados os misericordiosos.
Bem-aventurados os pacificadores.
Bem-aventurados os que sofrem perseguição. [Ver Mateus 5:5, 7, 9–10.]

Os mansos

Manso é o homem que não se deixa irritar ou exasperar facilmente e é paciente diante de injúrias ou provocações. A mansidão não é sinônimo de fraqueza. O homem manso é o homem forte, vigoroso e dotado de pleno autodomínio. Ele tem a coragem proveniente de suas convicções morais, a despeito das pressões externas. Em caso de controvérsias, seus julgamentos são como um tribunal de última instância, e seus conselhos sábios acalmam as multidões agitadas. Ele é humilde e não se vangloria. “Melhor é o que tarda em irar-se do que o poderoso”. (Provérbios 16:32) Ele é um líder nato e é o escolhido no exército ou marinha, nos negócios e na Igreja para comandar outros homens. É o sal da Terra e a herdará.

Os misericordiosos

Nossa salvação depende da misericórdia que demonstrarmos pelas pessoas. Palavras descorteses e impiedosas ou atos torpes de crueldade para com as pessoas ou animais, ainda que como mero revide, tornam o autor indigno de misericórdia quando ele dela precisar no dia do julgamento, tanto nos tribunais terrenos como celestiais. Existe algum entre vocês que nunca tenha sido atingido pela crueldade de alguém que julgavam ser seu amigo? Lembram-se de como foi difícil conter-se para não pagar com a mesma moeda? Bem-aventurados são todos vocês que forem misericordiosos, pois alcançarão misericórdia!

Os pacificadores

Os pacificadores serão chamados filhos de Deus. Os agitadores, os opositores da lei e da ordem, os líderes de rebeliões e os infratores são impulsionados por motivos malignos e, a menos que desistam, serão chamados de filhos de Satanás, e não de Deus. Mantenham distância daqueles que provocarem dúvidas inquietantes ao fazerem pouco caso das coisas sagradas, pois eles não buscam a paz, mas desejam semear confusão. Aqueles que estão sempre em brigas e contendas e cujos argumentos tenham propósitos de não estabelecer a verdade, violam um princípio fundamental ensinado pelo Mestre como essencial para uma vida fértil. “Paz na terra, boa vontade para com os homens” foi o cântico dos anjos que anunciaram o nascimento do Príncipe da Paz. [Ver Lucas 2:14.] (…)

Os que sofrem perseguição por causa da justiça

Sofrer perseguição por defender uma causa grandiosa, na qual estão em jogo a verdade e a honra, é algo divino. Sempre houve mártires em todas as grandes causas. O grande dano que pode advir da perseguição não é a perseguição em si, mas o possível efeito que ela pode ter sobre os perseguidos, que podem ficar impedidos de levar a cabo sua causa justa. Em boa parte dos casos, a perseguição provém da falta de compreensão, pois os homens tendem a opor-se ao que não entendem. Em outros casos, partem de pessoas mal-intencionadas. Seja qual for o motivo, a perseguição é tão generalizada contra aqueles que lutam por uma boa causa que o Mestre nos advertiu: “Ai de vós quando todos os homens de vós disserem bem, porque assim faziam seus pais aos falsos profetas”. (Lucas 6:26)
(…) Lembrem-se desse alerta quando forem reprovados e ridicularizados por não rebaixarem seus padrões de abstinência, honestidade e pureza moral a fim de receberem os aplausos do mundo. Se vocês permanecerem firmes no que é certo a despeito do escárnio das multidões ou mesmo da violência física, serão coroados com a felicidade da alegria eterna. É possível que novamente em nossos dias, assim como na antiguidade, alguns dos santos ou mesmo apóstolos, precisem dar a vida em defesa da verdade. Se isso porventura ocorrer, que Deus os ajude a não falharem!
Ao refletirmos serena e fervorosamente sobre esses ensinamentos, faremos a descoberta — para alguns surpreendente — de que, em última análise, Deus não mede nosso valor em Seu reino pelas elevadas posições que tivermos ocupado entre os homens ou em Sua Igreja, nem pelas honras que tivermos alcançado, mas sim pela vida que tivermos levado e o bem que tivermos praticado, de acordo com a “constituição para uma vida perfeita” revelada na vida do Filho de Deus.
Oro para que façam das Bem-aventuranças a carta magna de sua própria vida e assim recebam a felicidade nelas prometida.
PRESIDENTE HAROLD BINGHAM LEE – Ensinamentos dos Presidentes da Igreja, lição 21, p. 200-205.








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