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(NÃO MEXER)

Milagre - Jesus Transforma Água Em Vinho

O Milagre de Caná na Galiléia - Logo após a chegada de Jesus à Galiléia, vamos encontrá-lo com seu pequeno grupo de discípulos numa festa de casamento em Caná, cidade vizinha de Nazaré. Sua mãe estava presente ao festim e, por alguma razão não esclarecida no relato de João, (João 2:1-11.) manifestou cuidado e responsabilidade pessoal quanto à questão de alimentar os convivas. Evidentemente, sua posição era diversa da de alguém que ali estava por simples convite. Se esta circunstância indica que o casamento era de um de seus familiares imediatos ou de algum parente mais distante, não somos informados.
Era costume oferecerem nos esponsais abastança de vinho, produto puro e fraco dos vinhedos locais, que era a bebida de mesa comum na época. Nessa ocasião, o suprimento de vinho esgotou-se e Maria relatou o fato a Jesus. Disse Ele: “Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora.” O termo “Mulher”, quando dirigido por um filho á sua mãe, pode soar a nossos ouvidos um pouco áspero, senão desrespeitoso; mas seu emprego era, na realidade, uma expressão de significado oposto. (“O título ‘Mulher’ era tão respeitosos que poderia ser, e realmente o era, dirigido às rainhas.” – (Farrar Life of Christ”, p. 134.) Para todo filho, a mãe deve ser preeminentemente a mulher das mulheres; é ela a única mulher no mundo, a quem o filho deve sua existência terrena; e, conquanto o título mãe se aplique a toda mulher que tenha conquistado as honras da maternidade, para nenhum filho existe mais que uma mulher, a quem por direito natural ele possa dirigir-se com aquele título de reconhecimento respeitoso. Quando, nas últimas cenas tenebrosas de sua experiência terrena, Cristo pendia da cruz em agonia mortal, olhou para sua mãe, Maria, que chorava, e recomendou-a aos cuidados do amado apóstolo João, com as palavras: “Mulher, eis aí o teu filho.” (João 19:26.) Poder-se-ia supor que nesse momento supremo, o cuidado de nosso Senhor pela mãe, de quem estava para separar-se pela morte, estivesse associado a outro sentimento que não o de honra, carinho e amor?”
Contudo, suas palavras a Maria nos esponsais poderiam ter encerrado uma suave advertência a respeito de sua posição como mãe de um Ser superior a ela própria, da mesma forma que, em ocasião anterior, quando ela o encontrara no templo, Jesus lhe havia indicado o fato de que sua jurisdição sobre ele não era suprema. A forma pela qual Maria lhe relatou a insuficiência de vinho, indicava, provavelmente, uma insinuação para que ele fizesse uso de seu poder sobre-humano, suprindo, assim, o necessário. Não era função de Maria dirigir ou mesmo sugerir o exercício do poder que lhe era inerente como Filho de Deus; “este não havia sido herdado dela. “Que tenho eu contigo? inquiriu ele; e acrescentou: “Ainda não é chegada a minha hora.” Não encontramos aqui qualquer negação da capacidade de fazer aquilo que ela, evidentemente, desejava dele, mas a implicação clara de que ele agiria apenas quando a hora fosse propícia ao objetivo, e que ele, não ela, deveria decidir quando aquela hora era chegada. Maria compreendeu sua intenção, pelo menos em parte, e contentou-se em instruir os empregados, para que fizessem tudo o que ele ordenasse. Aqui se evidencia, novamente, sua posição de responsabilidade e autoridade doméstica na reunião social.
A hora da intervenção logo chegou. Havia no local seis talhas; (Em determinadas ocasiões, Jesus fez emprego do termo “Mulher” de forma geral: Mateus 15:28; Lucas 13:12; João 4:21; 8:10; etc.) Jesus instruiu os servos a enchê-las de água. Então, sem comando ou fórmula de invocação audível, segundo nos consta, ele fez processar-se uma transmutação dentro das bilhas e, quando os servos se serviram delas, foi vinho e não água o que retiraram. Numa reunião social judaica, como eram estes esponsais, alguém, em geral um parente dos anfitriões ou outra pessoa digna da honra, era feito dirigente do festim ou, como dizemos hoje, presidente ou mestre de cerimônias. O novo vinho foi primeiramente servido a esse dirigente; e ele, chamando o noivo, que era o verdadeiro anfitrião, perguntou-lhe por que havia reservado seu melhor vinho para o fim, quando o costume era servir o melhor no princípio e só depois o inferior. O resultado imediato desta ocorrência, o primeiro dos milagres de nosso Senhor a receber menção, foi assim sucintamente registrado pelo inspirado evangelista: “Jesus principiou assim os seus sinais em Caná da Galiléia, e manifestou a sua glória; e os seus discípulos creram nele.” (João 2:11.)
As circunstâncias que cercaram o ato miraculoso são educativas. A presença de Jesus no casamento e sua contribuição ao bom andamento da festa colocam o selo de sua aprovação sobre as relações matrimoniais e a conveniência do entretenimento social. Ele não era um recluso e nem um asceta; movia-se entre os homens, comendo e bebendo como um ser normal. (A total ausência de falsa austeridade e demonstração anormal de abstinência em sua vida forneceram a desculpa forjada para infundadas acusações de excesso pelas quais foi dito dele que era um glutão e bebedor de vinho. Mateus 11:19; Lucas 7:34.) Por ocasião da festa, reconheceu as demandas da hospitalidade liberal da época e com elas concordou provendo o que faltava. Ele, que poucos dias antes se havia revoltado com a sugestão do tentador, de que provesse pão para seu próprio corpo enfraquecido, empregava agora o poder para fornecer um luxo a outros. Um dos efeitos do milagre foi confirmar a confiança daqueles, cuja crença nele, como o Messias, era ainda nova e não experimentada. “Seus discípulos creram nele;” certamente, haviam crido até certo ponto anteriormente ou não o teriam seguido; mas essa crença estava agora fortalecia e se aproximava, se é que não alcançava, a condição de fé permanente em seu Senhor. É notável a relativa reserva de que se cercou a manifestação; o efeito moral e espiritual estendeu-se apenas a alguns; a inauguração do ministério do Senhor não devia ser marcada por exibição pública.
JAMES E. TALMAGE – Jesus O Cristo, Capítulo XI, pp.140-142.







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