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Milagre - Jesus Cura Um Paralítico

Cura e Perdão de um Paralítico – É preciso lembrar que nenhum dos evangelistas tenta apresentar uma história detalhada de todos os feitos de Jesus, nem seguem todos a mesma ordem ao relatar os incidentes com os quais associam as grandes lições dos ensinamentos do Mestre. Há muita incerteza quanto à sequência real dos acontecimentos.
“Alguns dias” após a cura do leproso, Jesus encontrava-se novamente em Capernaum. Os detalhes do que fez durante esse intervalo não especificados; mas podemos estar certos de que sua obra continuou, pois sua ocupação característica era fazer o bem. (Atos 10:38.) Sua morada em Capernaum era bem conhecida, e logo se espalhou a notícia de que estava em casa. (Marcos 2:1-12; comparar com Mateus 9:2-8; e também com Lucas 5:17-24.) Reuniu-se uma grande multidão, de forma que não havia espaço para receber a todos; até mesmo a entrada estava congestionada, e os mais atrasados não podiam aproximar-se do Mestre. Para todos os que estavam dentro ouvindo, Jesus pregou o Evangelho. Um grupo de quatro pessoas aproximou-se da casa, carregando uma padiola ou catre em que se deitava um homem atacado de um tipo de paralisia que priva a pessoa afligida do controle dos movimentos e, comumente, da fala; o homem não podia fazer nada. Seus amigos, desapontados com a impossibilidade de chegarem até Jesus por causa da multidão, recorreram a um expediente incomum, o qual demonstrou, de maneira inconfundível, a fé que tinham no Senhor como alguém que podia expelir e deter doenças, e sua determinação de conseguirem a bênção desejada de suas mãos.
De alguma forma, levaram o homem doente ao telhado da casa, provavelmente usando uma escada externa ou uma escada de mão, talvez entrando em um prédio contíguo, subindo ao telhado e de lá passando para a casa onde Jesus estava ensinando. Desmancharam parte do telhado, fazendo uma abertura, ou alargando o alçapão, que, naquela época, geralmente existia nas casas daquele lugar; e, para surpresa da multidão, baixaram, através do telhado, a cama portátil na qual se encontrava o paralítico. Jesus ficou profundamente impressionado com a fé e as obras (Comparar com Tiago 2:14-18.) daqueles homens que assim se esforçaram para colocar o paralítico diante dele; sem dúvida, também, conhecia a fé existente no coração do sofredor; e, olhando compassivamente para o homem, disse: “Filho, os teus pecados estão perdoados.”
Entre o povo ali reunido, havia escribas, fariseus e doutores da lei, não apenas representantes da sinagoga local, mas alguns que tinham vindo de cidades distantes da Galiléia, alguns da Judéia e mesmo de Jerusalém. A classe oficial opusera-se ao Senhor e suas obras em ocasiões anteriores, e sua presença no local nesse momento pressagiava novas críticas hostis e possíveis dificuldades. Ouviram as palavras ditas ao paralítico e se enfureceram. Em seus corações, acusavam Jesus da terrível ofensa da blasfêmia, que consiste essencialmente em reivindicar para o poder humano ou demoníaco as prerrogativas de Deus, ou em desonrá-lo, imputando-lhe atributos desprovidos de perfeição. (Nota 2, no final do capítulo.) Esses eruditos incrédulos, que incessantemente escreviam e falavam sobre a vindo do Messias, mas que o rejeitavam quando estava ali presente, irritaram-se em silêncio, dizendo consigo: “Quem pode perdoar pecados senão só Deus?” Jesus conhecia seus pensamentos íntimos, (Veja-se outro exemplo de nosso Senhor, lendo pensamentos não manifestados, em Lucas 7:39-50.) e respondeu-lhes, dizendo: “Que arrazoais em vossos corações? Qual é mais fácil? dizer: Os teus pecados te são perdoados; ou dizer: Levanta-te e anda”? E então, para dar ênfase e não deixar dúvida quanto a sua autoridade divina, acrescentou: “Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem sobre a terra poder de perdoar pecados (disse ao paralítico), a ti te digo: Levanta-te, toma a tua cama e vai para tua casa.” O homem se ergueu, completamente restabelecido; e, levantando o colchão sobre o qual fora trazido, saiu andando na presença deles. O assombro do povo mesclou-se à reverência e muitos glorificaram a Deus, de cujo poder eram testemunhas.
Esse incidente exige um estudo adicional de nossa parte. De acordo com uma das narrações, as primeiras palavras do Senhor ao aflito, foram: “Filho, tem bom ânimo”; seguidas diretamente pela confortante e autoritária afirmação: “perdoados te são os teus pecados.” (Mateus 9:2; Nota 5, no final do capítulo.) Provavelmente o homem estava com medo; talvez soubesse que sua enfermidade era o resultado de prazeres iníquos; não obstante, embora pudesse considerar a possibilidade de ouvir apenas condenação por suas transgressões, teve fé para ser levado até ali. No caso deste homem, fazia claramente uma estreita ligação entre seus pecados passados e sua presente aflição; e neste particular, seu caso não é único, pois lemos que Cristo admoestou um outro, a quem havia curado, para que não pecasse mais, a fim de que não lhe acontecesse algo pior. (João 5:14. Página 201 deste, ‘CURA EM DIA DE SÁBADO EM BETESDA’.) Não há justificativa, entretanto, para supormos que todas as doenças físicas são resultados do pecado; e contra tal ideia, ergue-se a instrução e reprimenda do Senhor àqueles que, no caso de um homem que havia nascido cego, perguntaram quem havia pecado, se o homem ou seus pais, para que caísse sobre ele tão grande maldição; ao que nosso Senhor replicou que a cegueira do homem não era consequência nem de seus próprios pecados e nem dos pecados de seus pais. (João 9:1-3.)
Em muitos casos, entretanto, a doença é resultado direto de pecado individual. Qualquer que tenha sido a extensão das ofensas passadas, por parte do homem paralítico, Cristo reconheceu seu arrependimento e a fé correspondente, e era prerrogativa legítima do Senhor decidir quanto à idoneidade do homem para receber a remissão de seus pecados e alívio de sua enfermidade física. A resposta interrogativa de Jesus à crítica tácita dos escribas, fariseus e doutores, tem sido interpretada de várias maneiras. Ele perguntou o que era mais fácil dizer: “Os teus pecados te são perdoados” ou dizer: “Levanta-te, e toma o teu leito e anda?” Não é uma explicação racional a de que, quando pronunciadas autorizadamente por ele, as duas expressões tinham valor similar? A ocorrência deveria ter constituído uma demonstração suficiente, para todos os que ouviram, de que ele, o Filho do Homem, afirmava possuir – e possuía – o direito e o poder de perdoar as penas tanto físicas quanto espirituais, de curar o corpo de enfermidades visíveis, e de purificar o espírito da doença não menos real do pecado. Assim, em presença de pessoas de todas as classes, Jesus abertamente asseverou sua divindade, ratificando-a com miraculosa manifestação de poder.
A acusação de blasfêmia, formulada na mente dos críticos rabínicos contra o Cristo, não desaparecia, entretanto, como concepção mental dos mesmos, e nem seria anulada pelas palavras posteriores de nosso Senhor. Foi através de falsos testemunhos que ele, finamente, foi condenado injustamente e enviado à morte. (Comparar com João 10:33 e 5:18; Mateus 26:65-66.) Já naquela casa de Capernaum, a sombra da cruz atravessava o caminho de sua vida.
JAMES E. TALMAGE – Jesus O Cristo, Capítulo XIV, pp.184-188.

2. Blasfêmia. – A essência do grande pecado de blasfêmia não se resume, como muitos supõem, apenas na profanação, mas, como o Dr. Kelso, Standard Bible Dictionary, sumariza: “Qualquer uso indevido do nome divino (Levítico 24:11.), toda expressão derrogatória à Majestade de Deus (Mateus 26:65) e pecados cometidos com consciência – isto é, transgressão premeditada dos princípios básicos da teocracia (Números 9:13; 15:30; Êxodo 31:14) – eram considerados blasfêmia; a penalidade era morte por apedrejamento (Levítico 24:16).” O Bible Dictionary de Smith, afirma: “Blasfêmia, no seu sentido técnico, em nossa língua, significa falar mal de Deus, e, neste sentido, é encontrada em Salmos 74:18; Isaías 52:5; Romanos 2:24, etc. Por esta acusação, tanto o Senhor como Estêvão foram condenados à morte pelos judeus. Quando uma pessoa ouvia uma blasfêmia, colocava a mão sobre a cabeça do ofensor, para simbolizar a responsabilidade exclusiva do mesmo ela falta e, pondo-se de pé, rasgava o próprio manto, que nunca mais deveria ser consertado.” (Veja Mateus 26:65).
JAMES E. TALMAGE – Jesus O Cristo, NOTA 2 DO CAPÍTULO XIV p.195.

5. “Teus pecados te são perdoados”. – O seguinte comentário de Edersheim (Life and Times of Jesus the Messiah, volume i, pp. 505, 506) sobre o incidente que estamos considerando é instrutivo: “Neste perdão de pecados, ele apresentou sua pessoa e autoridade como divinas, e provou-o pelo milagre da cura que se seguiu. Tivesse havido uma inversão na sequencia (isto é, tivesse Cristo primeiro curado o homem e depois dito que seus pecados estavam perdoados) teria certamente apresentado evidência de seu poder, mas não de sua personalidade divina, nem de sua autoridade para perdoar pecados; e isto, não a realização de milagres, era o objetivo de seu ensino e missão, dos quais os milagres não constituíam senão evidência secundária. Assim, pelo raciocínio interior dos escribas, que era conhecido por Aquele que lê todos os pensamentos, o desfecho foi bem o oposto do que poderiam ter esperado. Absolutamente injustiçado, na verdade, era o sentimento de desacato que percebermos em suas palavras não proferidas, se as lermos: ‘Por que diz este assim blasfêmias?’ ou, de acordo com uma transcrição mais correta: ‘Por que fala este assim? Ele blasfema!’ E ainda, de acordo com seu ponto de vista, eles estavam certos, pois somente Deus pode perdoar pecados, e não foi esse poder jamais concedido ou delegado ao homem. Mas seria ele um simples homem, mesmo que semelhante aos mais honrados servos de Deus Homem, sim, e mais ainda: ‘o Filho do Homem’... Parecia fácil dizer: ‘Teus pecados te são perdoados’. Mas para ele, que tinha autoridade para fazê-lo na terra, não era nem mais fácil nem mais difícil que dizer: ‘Levanta-te, toma a tua cama e anda.’ Entretanto, estas últimas palavras certamente provaram a primeira afirmação, dando-lhe, à vista de todos os homens, indiscutível realidade. E assim tinham sido os pensamentos desses escribas, os quais aplicados a Cristo eram “malignos” – uma vez que lhe imputaram blasfêmia – que deram oportunidade a que se oferecesse evidência real daquilo que teriam impugnado e negado. De nenhuma outra forma poderia o objetivo do milagre, e deste milagre em especial, ser atingido, de melhor maneira que através dos ‘maus pensamentos’ desses escribas, quando, miraculosamente trazidos à luz, revelaram a dúvida íntima, focalizando a mais importante de todas as perguntas concernentes a Cristo. E assim, mais uma vez, foi a ira do homem que o exaltou.”
JAMES E. TALMAGE – Jesus O Cristo, NOTA 5 DO CAPÍTULO XIV p.196.


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