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(NÃO MEXER)

Samaritanos

ESTADO DO MUNDO NO TEMPO DO NASCIMENTO DO SALVADOR – No início da era Cristã, os judeus, como a maioria das outras nações, estavam sujeitos ao império romano. Era-lhes concedido um considerável grau de liberdade, na observância religiosa e costumes nacionais, mas sua condição estava longe de ser a de um povo livre e independente. O período era de paz – um tempo marcado por menos guerras e dissensões do que o império havia conhecido por muitos anos. Essas condições eram favoráveis à missão de Cristo e ao estabelecimento de sua Igreja aqui na terra. Os sistemas religiosos existentes no tempo do ministério de Cristo podem ser classificados, de maneira geral, de judeu e pagã, com um sistema menor – o samaritano – que era essencialmente uma mistura dos outros dois. Somente os filhos de Israel proclamavam a existência do Deus vivo e verdadeiro; só eles ansiavam pelo advento do Messias que, erradamente, julgavam um futuro conquistador, que viria para destruir os inimigos da nação judaica. Todas as outras nações, línguas e povos, curvavam-se diante dos deuses pagãos, e seu culto compreendia nada mais que ritos sensuais de idolatria pagã. O paganismo era uma religião de formalidades e cerimônias, baseada no politeísmo – a crença na existência de uma multidão de deuses, os quais estavam sujeitos a todas as paixões e vícios da humanidade, embora imunes à morte. Moralidade e virtude eram desconhecidas como elemento da idolatria; e a idéia dominante no culto pagão era aplacar os deuses, na esperança de afastar sua ira e obter seus favores – Ver do autor, A Grande Apostasia, I; e notas que seguem o capítulo citado.
JAMES E. TALMAGE – Jesus, O Cristo, p. 71.

II Reis 17:24-41. Origens dos Samaritanos.
Tempos depois de haverem levado as dez tribos para o exílio, a Assíria transferiu um grupo de seu próprio povo para a região antes ocupada pelos israelitas. Quando os novos habitantes não conseguiram prosperar ali, o rei da Assíria enviou-lhes um sacerdote israelita para instruí-los no culto a Jeová, embora fosse este liberalmente mesclado com o paganismo assírio (veja versículos 28-29). Vivendo na Samaria, esses novos ocupantes da região passaram a ser conhecidos como samaritanos. Com o passar do tempo, esses colonos assírios foram-se casando com os israelitas que haviam escapado (pois nem todos foram levados para o cativeiro), e por isso acabaram os samaritanos reivindicando direito às bênçãos do convênio dos israelitas. Os judeus de épocas posteriores recusavam-lhes essa reivindicação, devido ao sangue gentio e tendências religiosas pagãs dos samaritanos. Essa recusa provocou a crescente hostilidade entre judeus e samaritanos, evidente no tempo de Jesus (veja Notas e Comentários sobre Esdras 4-5). Os judeus simplesmente recusavam associar-se aos seus vizinhos samaritanos (veja João 4:9).
MANUAL DO ALUNO RELIGIÃO 302 – O VELHO TESTAMENTO – I REIS A MALAQUIAS, p. 127.

1. Animosidade entre judeus e samaritanos. – Em qualquer consideração sobre os samaritanos, deve ser lembrado que uma determinada cidade e o distrito ou província no qual estava situada, eram ambos conhecidos como Samaria. Os principais fatos ligados à origem dos samaritanos e à explicação de mútua animosidade existente entre aquele povo e os judeus no tempo de Cristo, foram admiravelmente sumariados por Geikie (Life and Words of Christ, volume i, pp. 495-6.) Omitindo as citações de autoridades que apresenta, transcrevemos: “Depois da deportação das dez tribos para a Assíria, Samaria foi repovoada por colonizadores gentios de várias províncias do Império Assírio, por fugitivos das autoridades da Judéia e por extraviados de uma ou outra das dez tribos, que acharam novamente o caminho de sua terra natal. Os primeiros colonizadores pagãos, aterrorizados com o aumento de animais selvagens, especialmente leões, e atribuindo esse fato à sua própria ignorância quanto à forma correta de adoração ao Deus do país, mandaram buscar um dos sacerdotes exilados, e, sob suas instruções, adicionaram o culto de Jeová ao de seus ídolos – incidente esse que, mais tarde, levou os judeus, com seu ódio e escárnio, a ridicularizá-los, chamando-os de “prosélitos dos leões”, da mesma forma que os marcaram, em virtude de sua origem assíria, com o nome de cutitas. Posteriormente, entretanto, tornaram-se mais rigidamente apegados à Lei de Moisés, do que os próprios judeus. Ansiosos de serem reconhecidos como israelitas, desejaram unir-se às duas tribos, quando de seu retorno do cativeiro, mas o severo puritanismo de Esdras e Neemias não admitiu aliança entre o sangue puro de Jerusalém e a raça contaminada do norte. O ressentimento diante dessa afronta foi uma reação natural, e provocou mais rancor como consequência, sendo que, nos dias de Cristo, depois de séculos de contendas e injúrias mútuas, intensificadas pelo ódio teológico de ambos os lados, consideravam-se inimigos implacáveis. Os samaritanos haviam construído um templo no  monte Gerizim, para rivalizar com o de Jerusalém, mas o mesmo fora destruído por João Hircano, que também arrasara Samaria. Atribuíram ao seu monte maior santidade que ao monte Moriah; acusavam os judeus de terem feito adições à palavra de Deus, recebendo os escritos dos profetas, e orgulhavam-se de reconhecer apenas o Pentateuco como inspirado; favoreciam Herodes, porque os judeus o odiavam, e eram leais a ele e aos romanos igualmente odiados; acendiam falsas luzes nos montes para transformar os cálculos dos judeus segundo as luas novas e assim confundir suas festas, e no primeiro ano da juventude de Jesus, chegaram a profanar o próprio templo, espalhando nele ossos humanos por ocasião da Páscoa.
“O ódio por parte dos judeus também não descansava. Conheciam os samaritanos apenas como cutitas ou gentios de Cuth. ‘A raça que eu odeio não é raça’; diz o filho de Sirac. Clamavam que um povo que uma vez cultuara cinco deuses, não podia ser aceito por Jeová. Ridicularizavam a pretensão dos samaritanos de que Moisés havia enterrado o Tabernáculo e seus vasos no cume de Gerizim. Dizia-se que haviam dedicado seu templo, por ordem de Antíoco Epífanes, ao grego Júpiter; ninguém negava que cumpriam os mandamentos de Moisés ainda mais estritamente que os judeus, para que parecesse que eram realmente de Israel; mas dizia-se que sua idolatria havia sido provada pela descoberta de uma pomba de bronze, que cultuavam no topo de Gerizim. Teria sido suficiente que se vangloriassem de Herodes como seu bom rei, que se havia casado com uma filha de seu povo; que o mesmo tivesse tido liberdade de seguir no país deles, seus gostos romanos tão odiados na Judéia; que tivessem permanecido quietos depois de sua morte, quando a Judéia e a Galiléia estavam em tumulto, e que, para sua tranquilidade, um quarto de seus impostos tivessem sido cancelados e adicionados aos encargos da Judéia. Sua cordialidade para com os romanos era uma provocação adicional. Enquanto os judeus eram mantidos quietos apenas através de uma rígida severidade e lutavam com todas as suas forças contra qualquer introdução de origem estrangeira, os samaritanos exultavam com a nova importância que sua lealdade ao império lhes trouxera. Siquém florescia; perto dali, em Cesaréia, o procurador presidia à sua corte; uma divisão de cavalaria, em quartéis em Sebaste – antiga Samaria – fora estabelecida no território. Os estrangeiros romanos eram mais do que bem recebidos, quando resolviam gozar o verão em seus umbrosos vales.
“O ódio ilimitado, produto de tantas fontes, desafogou-se na tradição de que certo anátema especial fora proferido contra os samaritanos, por Esdras, Zorobabel e Josué. Dizia-se que esses ilustres personagens haviam reunido a congregação inteira de Israel no templo e que haviam sido empregados trezentos sacerdotes, com trezentas trombetas e trezentos Livros da Lei, e trezentos eruditos da lei para repetir, em meio ao cerimonial mais solene, todas as maldições da Lei contra os samaritanos. Haviam sido submetidos a toda forma de excomunhão: pelo incomunicável nome de Jeová, pelas tábuas da lei, e pelas sinagogas celestes e terrenas. O próprio nome havia-se transformado em opróbrio. ‘Sabemos que tu és samaritano e tens demônio’, disseram os judeus a Jesus em Jerusalém... Um ovo samaritano, como posto pela galinha, não podia ser impuro, mas, e um ovo cozido? No entanto, o interesse e a conveniência lutavam, por meio de casuística sutil, a fim de inventar escusas para as relações inevitáveis. A terra dos cutitas era pura, de maneira que um judeu podia, sem escrúpulos, colher e alimentar-se de seus produtos. As águas em Samaria eram limpas, de maneira que um judeu podia bebê-las ou lavar-se nelas. Suas habitações eram limpas, de maneira que ele podia entrar nelas para comer ou se alojar. Suas estradas eram limpas, de maneira que não sujavam os pés dos judeus. Os rabis iam tão longe em suas contradições, que chegavam a dizer que os alimentos dos cutitas eram permitidos, se não houvessem sido misturados com seu vinho ou vinagre, e que seu pão não levedado podia ser considerado próprio para ser usado na Páscoa. As opiniões variavam, mas, de  maneira geral, prevaleciam os sentimentos mais ásperos.”
Frankl e outros afirmam que o sentimento hostil continua ainda hoje, pelo menos por parte dos judeus. Assim, como citado por Farrar (p. 166, nota): “’Você é judeu?’ perguntou Salameth Cohen, o sumo sacerdote, ao Dr. Frankl; ‘E vem a nós, os samaritanos, que somos desprezados pelos judeus?’ (Jews in the East, ii, 329). Adicionou que estavam dispostos a viver em amizade com os judeus, mas que estes evitavam qualquer relação com eles. Logo depois, visitando judeus sefarditas de Nablous, o Dr. Frankl perguntou a um membro daquela seita ‘se ele tinha quaisquer relações com os samaritanos’. As mulheres recuaram com um grito de horror e uma delas disse: ‘Você esteve entre os adoradores das pombas?’ Eu respondi que sim. As mulheres novamente recuaram com a mesma expressão de repugnância, e uma delas disse: ‘Tome um banho purificador!’” (idem, p. 334). Farrar adiciona: “Tive o prazer de passar um dia entre os samaritanos acampados no Monte Gerizim, para a sua Páscoa anual, e nem em seus hábitos nem no caráter aparente vi qualquer razão para todo esse horror e ódio.”
JAMES E. TALMAGE – Jesus, O Cristo, Notas do Capítulo XIII, pp.178-180.



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