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(NÃO MEXER)

Nicodemos - VT

Jesus e Nicodemos – (João 3:1-21) - Que os maravilhosos feitos de Cristo, na ocasião dessa Páscoa memorável, haviam levado alguns dos eruditos, além de muitos dentre o povo comum, a crer nele, evidencia-se pelo fato de que Nicodemos, que era fariseu na fé, e um dos mais ilustres príncipes dos judeus, tenha vindo com a missão de o interrogar. É significativa a circunstância de que essa visita tenha sido feita à noite. Aparentemente, o homem foi impelido por um desejo genuíno de saber mais sobre o galileu cujas obras não poderiam ser ignoradas, embora o orgulho do ofício e o medo de uma possível suspeita de que se houvesse unido ao novo Profeta, o tenham levado a cercar seu ato de reserva. (Nota 7, no final do capítulo.) Dirigindo-se a Jesus pelo título que ele próprio ostentava, e que considerava honroso e respeitável, disse: “Rabi, bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus: porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele.” (João 3:2; ler versículos 1-21.) Se o emprego do pronome plural “nós” indica que havia sido enviado pelo Sinédrio, ou pela sociedade dos fariseus – cujos membros estavam acostumados a assim se expressar, como representantes da ordem – ou se o mesmo foi empregado no sentido retorico, indicando apenas a si  mesmo, não é importante. Ele reconheceu Jesus como um “mestre vindo de Deus” e apresentou razões pelas quais assim o considerava. Por mais débil que fosse a fé que talvez se agitasse no coração do homem, baseava-se na evidência de milagres, apoiada apenas pelo efeito psicológico de sinais e maravilhas. Devemos conceder-lhe crédito, portanto, pela sinceridade e pureza de propósito.
Sem esperar por perguntas específicas, “Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.” Nicodemos parece ter ficado perplexo; perguntou como era possível tal rejuvenescimento. “Como pode um homem nascer, sendo velho? porventura pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer?” Não fazemos a Nicodemos nenhuma injustiça, presumindo que ele, como rabi, homem versado nas Escrituras, deveria ter sabido que as palavras de Jesus tinham um outro significado que não o de um nascimento mortal tomado literalmente. Ademais, fosse possível a um homem nascer completamente na carne uma segunda vez, como tal nascimento o beneficiaria em seu progresso espiritual? Seria apenas um reingresso no estágio da existência física, e não uma melhoria. O homem sabia que o símbolo de um novo nascimento era comum nos ensinamentos da época. Todos os prosélitos do judaísmo eram considerados, ao tempo de sua conversão, como recém-nascidos.
A surpresa manifestada por Nicodemos foi, provavelmente, devida, pelo menos em parte, à universalidade do requisito como enunciado por Cristo. Estariam incluídos os filhos de Abraão? O tradicionalismo de séculos opunha-se a tal conceito. Os pagãos tinham que nascer de novo através de uma aceitação formal do judaísmo, se desejavam tornar-se participantes, mesmo que em pequena escala, das bênçãos que pertenciam por herança à Casa de Israel; mas Jesus parecia tratar a todos igualmente, judeus e gentios, hereges idólatras e o povo que, com seus lábios, pelo menos, chamava Jeová, Deus.
Jesus repetiu a declaração, e com vigor, reforçando com o expressivo “Na verdade, na verdade”, a maior lição que jamais chegara aos ouvidos desse príncipe de Israel: “Na verdade, na verdade, te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.” Que o novo nascimento, declarado absolutamente essencial como requisito para entrada no reino de Deus, aplicável a todo homem, sem limites ou qualificativos, era uma regeneração espiritual, foi em seguida explicado ao atônito rabi: “O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo.” Contudo ainda ponderava o letrado judeu, não logrando compreender. Possivelmente naquele momento se ouviu o som da brisa noturna; se assim foi, Jesus nada mais fez do que utilizar o incidente como o faria um hábil mestre para incutir uma lição, quando prosseguiu: “O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.” Numa alocução clara, foi dado a compreender a Nicodemos que seu conhecimento mundano e profissional de nada lhe adiantavam no esforço de entender as coisas de Deus; através do sentido físico da audição, ele sabia que o vento soprara; pela visão, podia ser informado de sua passagem; e, no entanto, que sabia ele sobre a causa básica deste fenômeno? Para que Nicodemos fosse realmente instruído em questões espirituais, teria que despojar-se dos preconceitos advindos do conhecimento que professava ter sobre as coisas menos importantes.
Conquanto fosse rabi e membro eminente do Sinédrio, ali, na humilde pousada do carpinteiro da Galiléia, estava em presença de um Mestre. Na perplexidade da ignorância, perguntou: “Como pode ser isso?” A réplica deve ter sido humilhante para o homem: “Tu és mestre de Israel, e não sabes isto?” Obviamente, certo conhecimento de alguns dos princípios fundamentais do Evangelho já estivera ao seu alcance; Nicodemos foi censurado por sua falta de conhecimento, particularmente por ser um mestre do povo. Nosso Senhor, então, bondosamente esclareceu mais amplamente, testificando que falava com conhecimento absoluto, baseado no que tinha visto, enquanto Nicodemos e seus companheiros se recusavam a aceitar o testemunho de suas palavras. Além disso, Jesus asseverou ser sua missão a do Messias e, especificamente, predisse sua morte e a natureza da mesma – que ele, o Filho do Homem, devia ser levantado da mesma forma que Moisés levantara a serpente no deserto como um símbolo pelo qual Israel poderia escapar à praga fatal. (Números 21:7-9.)
O propósito da morte predeterminada do Filho do Homem era: “Que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”; pois, com este fim, e por seu ilimitado amor pelo homem, tinha o Pai dedicado seu Filho Unigênito. E, ainda mais, conquanto fosse verdade que, em seu advento mortal, o Filho não tivesse vindo para sentar-se como juiz, mas para ensinar, persuadir e salvar, ainda assim a rejeição daquele Salvador resultaria em segura condenação, pois a luz chegara e os iníquos evitavam a luz, odiando-a por preferirem a escuridão, na qual esperavam esconder seus atos malignos. Talvez aqui, novamente, Nicodemos tenha experimentado uma pontada na consciência, pois não temera ele vir às claras, preferindo a escuridão para sua visita? As palavras finais de nosso Senhor foram um misto de instrução e censura: “Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.”
A narrativa desta entrevista entre Nicodemos e o Cristo constitui uma de nossas mais instrutivas e preciosas Escrituras relativas à absoluta necessidade de submissão sem reservas às leis e ordenanças do evangelho, como meio indispensável de salvação. Fé em Jesus Cristo como o Filho de Deus, através de quem, unicamente, os homens podem obter vida eterna; o abandono do pecado, deixando resolutamente a densa treva do mal e voltando-se para a luz salvadora da retidão; o requisito incondicional de um novo nascimento através do batismo na água, e este necessariamente pelo método da imersão, uma que, por outra forma, o símbolo do nascimento seria inexpressivo; e a consumação do novo nascimento através do batismo pelo Espírito – todos estes princípios são aqui ensinados com tal simplicidade e clareza, que não deixam margem a qualquer alegação de ignorância por parte do homem.
Se Jesus e Nicodemos foram as únicas pessoas presentes a essa entrevista, João, o escritor, deve ter sido informado sobre ela por um dos dois. Como João foi um dos primeiros discípulos, e posteriormente um dos apóstolos, e como se caracterizou no grupo apostólico por sua intimidade com o Senhor, é muito provável que tenha ouvido o relato dos lábios de Jesus. O propósito de João foi, evidentemente, de registrar a grande lição do episódio, de preferência a relatar a história circunstancial. O registro principia e se encerra com igual brusquidão; incidentes sem importância são omitidos; cada linha é significativa; o autor percebeu plenamente o alcance profundo do assunto e tratou-o da maneira devida. Menção posterior a Nicodemos tende a confirmar a avaliação do homem, como ele se apresenta neste encontro com o Cristo – alguém consciente de uma crença em Cristo, crença essa, entretanto, que nunca se desenvolveu até o tipo de fé genuína e vigorosa que impele à aceitação e à concordância, independentemente de preço ou consequências. (Nota 8, no final do capítulo. Ver Regras de Fé, capítulo 5.)
JAMES E. TALMAGE – Jesus, O Cristo, Capítulo XII,  pp. 154-158.

Quando foi procurado por Nicodemos, Cristo percebeu que ele estava em busca de respostas para uma pergunta feita por muitos outros: “O que preciso fazer para ser salvo”? E o Mestre respondeu: “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus”. Então, Nicodemos perguntou: “Como pode um homem nascer, sendo velho? (…)” Jesus explicou: “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus”. (João 3:3–5)
Um homem precisa “nascer de novo” se quiser alcançar a perfeição, a fim de ver o reino de Deus ou nele entrar. Mas como alguém pode nascer de novo? Essa é a mesma pergunta feita por Enos. E recordemos a resposta simples que foi concedida: “Por causa da tua fé em Cristo, a quem nunca ouviste nem viste antes. E muitos anos hão de passar antes que ele se manifeste na carne; portanto, vai, tua fé te salvou”. [Enos 1:8]
PRESIDENTE HAROLD BINGHAM LEE – Ensinamentos dos Presidentes da Igreja, lição 21, p. 197.

O curso seguido por este homem evidencia, imediatamente, que ele realmente acreditava em Jesus como um enviado de Deus, e que sua crença falhou em desenvolver-se até uma condição de verdadeira fé que, se alcançada, poderia tê-lo conduzido a uma vida de devotado serviço à causa do Mestre. Quando, numa fase posterior àquela de sua entrevista com Cristo, os príncipes dos sacerdotes e os fariseus repreendiam os oficiais que tinham enviado para prender Jesus e que haviam retornado relatando seu fracasso, Nicodemos, membro do conselho, aventurou-se a protestar debilmente contra a determinação assassina dos principais, citando uma proposição geral na forma interrogativa: “Porventura condena a nossa lei um homem sem primeiro o ouvir e ter conhecimento do que faz?” Seus companheiros responderam-lhe com desdém e ele parece ter abandonado seu bem intencionado esforço (João 7:50-53; leiam-se os versículos precedentes 30-49). A seguir, ouvimos referência a ele, trazendo uma custosa contribuição em mirra e aloés – cerca de cem arráteis – para ser usada no sepultamento de Cristo, então crucificado; mas, mesmo neste ato liberal e devoto, no qual sua sinceridade de propósito não pode ser questionada, havia sido precedido por José de Arimatéia, um homem de posição social, que, destemidamente, solicitara o corpo e lhe garantira um sepultamento reverente (João 19:38-42.) Não obstante, Nicodemos fez mais que a maioria de seus companheiros crentes, dentre os nobres e graduados; e a ele seja dado todo o crédito; não lhe faltará seu galardão.
JESUS, O CRISTO – James E. Talmage, p.166.



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