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(NÃO MEXER)

Milagre - Jesus Cura Os Endemoniados

Cristo Aquieta os Demônios - (Mateus 8:28-34; Marcos 5:1-19; Lucas 8:26-39.) - Jesus e os discípulos que com ele estavam, desceram na margem leste ou peréica do lago, em uma região conhecida como país dos gadarenos ou gergesenos. O local exato não foi identificado, mas, evidentemente, era uma região campestre, afastada das cidades (Nota 3, no final do capítulo.). Ao deixarem o barco, dois loucos que eram penosamente atormentados por espíritos malignos, aproximaram-se deles. Mateus declara que eram dois; os outros autores falam somente de um. É possível que um deles estivesse em condição tão pior em relação ao companheiro, que lhe tenha sido conferida maior preeminência na narrativa. Ou um pode ter fugido, enquanto o outro permaneceu. O homem encontrava-se em estado angustiante. Sua loucura tornara-se tão violenta, e a força física inerente à sua insânia, tão grande, que todas as tentativas para conservá-lo preso haviam falhado. Ele tinha sido preso com correntes e grilhões, mas quebrara-os com o auxílio do poder demoníaco, e fugira para as montanhas, para as cavernas que serviam de tumbas, lá vivendo mais como fera selvagem do que como homem. Noite e dia, seus estranhos e aterrorizantes gritos eram ouvidos, e com medo de encontrá-lo as pessoas transitavam por caminhos que não passassem perto de onde ele se encontrava. Andava nu, e na sua loucura, frequentemente feria a própria carne com pedras pontiagudas.
Vendo Jesus, a pobre criatura correu ao seu encontro, e, impelida pelo poder do demônio, prostrou-se diante dele, gritando em alta voz: “Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo?” Quando Jesus ordenou aos espíritos malignos que partissem, um ou mais deles, pela voz do homem, suplicou a Jesus que o deixasse, e com presunção blasfema, exclamou: “Conjuro-te por Deus que não me atormentes”. Mateus registra a pergunta adicional dirigida a Jesus: “Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo?” Os demônios, por quem o homem estava possuído e controlado, reconheceram o Mestre, a quem sabiam que precisavam obedecer. Mas suplicaram para serem deixados em paz até que chegasse o tempo decretado para sua punição final (Comparar com Apocalipse 20:3.).
Jesus perguntou: “Qual é o teu nome?” e os demônios que estavam dentro do homem, responderam: “Legião é o meu nome, porque somos muitos.” A dupla consciência ou personalidade múltipla do homem fica aqui aparente. Estava tão completamente possuído por espíritos malignos, que não mais podia distinguir entre sua personalidade individual e a deles. Os demônios imploraram a Jesus que não os banisse daquele país, ou, como registra Lucas em palavras de terrível significação, “não os mandasse sair para as profundezas” (Traduzido diretamente do inglês. A versão revisada diz “abismo” ao invés de “profundezas.”) Em seu desventurado estado, e com sua ansiedade diabólica para encontrar morada em corpos de carne, mesmo que fossem de animais, suplicaram que, sendo compelidos a abandonar o homem, tivessem permissão para entrar numa vara de porcos que se alimentava nas imediações. Jesus consentiu; os demônios imundos entraram nos porcos, e a manada inteira, de cerca de dois mil, enlouqueceu, e, aterrorizada, precipitou-se para o mar por um despenhadeiro, morrendo afogada. Os guardadores de porcos ficaram amedrontados, e, correndo para a cidade, contaram o que havia acontecido aos animais. Multidões dirigiram-se ao local para ver com seus próprios olhos. E todos ficaram pasmados ao contemplar aquele homem de quem sempre haviam tido tanto medo, vestido e restaurado a um estado mental normal, sentado silenciosa e reverentemente aos pés de Jesus. Tiveram medo de alguém que podia operar tais maravilhas, e, conscientes de sua indignidade pecaminosa, rogaram-lhe que abandonassem a região (Nota 4, no final do capítulo.)
O homem que havia sido libertado dos demônios não temeu – o amor e a gratidão substituíram todos os outros sentimentos em seu coração. E quando Jesus retornou ao barco, suplicou-lhe que o deixasse ir também. Mas Jesus proibiu-o, dizendo: “Vai para tua casa, para os teus, e anuncia-lhes quão grandes coisas o Senhor te fez e como teve misericórdia de ti”. O homem tornou-se um missionário, não somente em sua cidade natal, mas por toda a Decápolis, região das dez cidades, por toda parte relatando a mudança maravilhosa que Jesus realizara nele.
O testemunho de espíritos malignos e impuros sobre a divindade de Cristo como o Filho de Deus, não se limita a este exemplo. Já consideramos o caso do endemoninhado na sinagoga de Capernaum (Marcos 1:24; Lucas 4:34, também versículo 41; ver página 175 deste livro.). Outro exemplo aparece quando Jesus, saindo das cidades da Galileia, se dirigiu para a praia, sendo seguido por uma grande multidão composta de galileus e judeus, de gente de Jerusalém e Iduméia, e de além do Jordão (i.e. da Peréia), de habitantes de Tiro e Sidom, entre os quais havia curado muitos de enfermidades diversas. E aqueles que estavam dominados por espíritos imundos prostravam-se diante dele, adorando-o, enquanto os demônios clamavam: “Tu és o Filho de Deus.” (Marcos 3:7-11; comparar com Lucas 6:17-19. Ver página 182 – Notas do capítulo XIII – Conhecimento não assegura salvação.)
 Durante a pequena viagem considerada neste capítulo, o poder de Jesus como Senhor da terra, dos homens e demônios, manifestou-se em obras miraculosas da mais impressionante espécie. Não podemos classificar os milagres do Senhor como pequenos e grandes, e nem como fáceis e difíceis de realizar; o que um indivíduo considera o menor, para outro pode ter importância profunda. A palavra do Senhor foi suficiente em todos os casos. Ao vento e às ondas, e à mente do homem possuído pelo demônio bastou que ele falasse para ser obedecido. “Acalma-te, emudece.”
JAMES E. TALMAGE – Jesus O Cristo, Capítulo XX, pp.300-303.

3. A Terra dos Gergesenos. – Tentou-se desacreditar o relato sobre a cura do demoníaco efetuada por Cristo no “país dos gadarenos” (Marcos 5:1; Lucas 8:26), com a afirmação de que a antiga cidade de Gadara, capital do distrito (Ver Josefo, Wars, iii, 7:1), ficava muito para o interior para que fosse possível aos porcos precipitarem-se no mar, saindo dali. Outros acentuam o fato de que Mateus difere dos outros dois historiadores evangélicos, ao especificar “o país dos gergesenos” (8:28). Como declarado no texto, o relato refere-se a uma secção ou região inteira, e não a uma cidade. Os guardiães dos porcos correram para as cidades para relatar o desastre ocorrido com sua vezeira. Naquele distrito da Peréia, existiam, na época, cidades chamadas respectivamente Gadara, Gerasa, e Gergesa; portanto, a região em geral, poderia apropriadamente ser chamada de terra dos gadarenos ou dos gergesenos. Farrar (Life of Christ, p. 254, nota) diz: “Após as pesquisas do Dr. Thompson (The Land and the Book, ii:25), não pode haver qualquer dúvida de que Gergesa... era o nome de uma cidadezinha quase em frente a Capernaum, cujo sítio arruinado é ainda chamado de Kerza ou Gersa pelos beduínos. A existência desta cidadezinha era aparentemente conhecida tanto por Orígenes, que primeiro introduziu a versão, quanto por Eusébio e Jerônimo; e naquela época, um declive íngreme perto da cidade, onde as colinas chegam bem perto do lago, foi apontado como a cena do milagre.”
JAMES E. TALMAGE – Jesus O Cristo, NOTA 3 DO CAPÍTULO XX p.314.

4. Jesus Solicitado a Deixar o País. – O povo tomou-se de medo diante do poder possuído por Jesus, e demonstrado na cura do endemoninhado e na destruição dos porcos, sendo que esta última ocorrência não se deu em cumprimento de ordem sua. Era o medo que os pecadores sentem na presença do Justo, que aqui se manifestava. Não estavam preparados para outras manifestações do poder divino, temiam pensar quem entre eles poderia ser diretamente afetado por esse poder, caso fosse exercido. Devemos julgar o povo com misericórdia, entretanto, se é que o devemos julgar. Eram em parte idólatras, e possuíam apenas uma concepção supersticiosa da Deidade. O pedido que fizeram a Jesus, para que os deixasse, traz-nos à mente a exclamação de Pedro, quanto testemunhou um dos milagres de Cristo: “Senhor, retira-te de mim porque sou pecador.”
JAMES E. TALMAGE – Jesus O Cristo, NOTA 4 DO CAPÍTULO XX p.314.


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