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(NÃO MEXER)

Milagre - Jesus Cura Um Leproso

A Cura de um Leproso
No dia seguinte àquele memorável sábado, em Capernaum, nosso Senhor levantou-se “de manhã muito cedo” e procurou um lugar fora da cidade para ficar a sós. Num local solitário pôs-se a orar, assim demonstrando o fato de que, embora fosse o Messias, era profundamente consciente de sua dependência do Pai, cuja obra viera realizar. Simão Pedro e outros discípulos encontraram o lugar de seu retiro e contaram-lhe que havia multidões ansiosas à sua procura. Logo o povo se reuniu em torno dele, insistindo para que permanecesse com eles; “Ele, porém, lhes disse: Também é necessário que eu anuncie a outras cidades o Evangelho do reino de Deus; porque para isso fui enviado” (Lucas 4:42-44.) E aos discípulos disse: “Vamos às aldeias vizinhas, para que eu ali também pregue; porque para isso vim.” (Marcos 1:38.) Depois partiu, acompanhado pelos poucos que já havia associado intimamente a si, e ministrou em muitas cidades da Galiléia, pregando nas sinagogas, curando doentes e expulsando demônios.
Entre os aflitos que procuravam a ajuda que somente ele podia dar, estava um leproso, (Marcos 1:40-45; Mateus 8:2-4; Lucas 5:12-15.) que se ajoelhou diante dele, ou inclinou-se com a face no chão, e humildemente declarou sua fé, dizendo: “Se queres, bem podes limpar-me.” A súplica contida nas palavras daquela criatura era patética; a confiança que expressou, inspiradora. A dúvida em sua mente não era – Pode Jesus curar-me? mas – Desejará ele curar-me? Com grande compaixão, Jesus colocou sua mão sobre o sofredor, imundo como estava, tanto física quanto espiritualmente, pois a lepra é repugnantes, e sabemos que a doença deste homem estava em estado adiantado, pois diz a Escritura que ele estava “cheio de lepra”. Então o Senhor disse: “Quero: Sê limpo.” E o leproso foi curado imediatamente. Jesus instruiu-o a mostrar-se ao sacerdote e a fazer as ofertas prescritas na Lei de Moisés em casos como o seu. (Levítico 14:2-10. Nota 1, no final do capítulo.)
Nesta ordem, vemos que Cristo não tinha vindo para destruir a lei, mas, como afirmou em outra ocasião, para cumpri-la; (Mateus 5:17.) e neste estágio de sua obra, o cumprimento ainda estava incompleto. Ademais, tivessem os requisitos legais sido desprezados em questão tão séria como a de recuperar um leproso proscrito para o convívio da comunidade da qual fora excluído, e a oposição sacerdotal, já crescente e ameaçadora, teria aumentado, resultando em maiores obstáculos ao trabalho do Senhor. Não devia haver qualquer atraso, por parte do homem, no cumprimento das instruções do Mestre; Jesus imediatamente o mandou embora. Além disso, explicitamente ordenou ao homem que não contasse a ninguém a maneira pela qual havia sido curado. Talvez houvesse boas razões para esta imposição de silêncio, além da simples diretriz de nosso Senhor de desaprovar notoriedade indesejável; pois, tivesse a notícia do milagre precedido a apresentação do homem ao sacerdote, poderiam ter surgido obstáculos ao reconhecerem-no como adequadamente limpo, segundo os ritos levíticos. O homem, entretanto, não pode aguardar para si as boas novas, e saiu “a apregoar muitas coisas, e a divulgar o que acontecera; de sorte que Jesus já não podia entrar publicamente na cidade, mas conservava-se fora em lugares desertos; e de todas as partes iam ter com ele.” (Marcos 1:45.)
JAMES E. TALMAGE – Jesus O Cristo, Capítulo XIV, pp.183-184.

1. Lepra. – Na Bíblia esta denominação é aplicada a várias doenças que possuem, entretanto, alguns sintomas em comum, pelo menos nos primeiros estágios da moléstia. A verdadeira lepra é hoje um flagelo e uma praga em muitas das terras orientais, Zenos em seu Standard Bible Dictionary, diz: “A verdadeira lepra, como conhecida nos tempos modernos, é uma enfermidade que se caracteriza pela aparição de nódulos nas sobrancelhas, faces, nariz e lóbulos da orelha, e também nas mãos e nos pés, onde a moléstia come as juntas, causando a queda dos dedos e artelhos. Se os nódulos não aparecem, surgem manchas esbranquiçadas ou descoloridas na pele (lepra muscular). Ambas as formas são baseadas na degeneração funcional dos nervos da pele. Hansen, em 1871, descobriu ser a doença causada por um bacilo específico. Uma dieta deficiente, entretanto, parece favorecer sua propagação. A lepra era uma das poucas condições anormais do corpo que a lei levítica declarava imunda. Tomavam, portanto, medidas elaboradas para testar sua existência, assim como para a purificação daqueles que eram curados.”
Deems, em Light of the Nations, p. 185, resumindo as condições incidentes aos estágios adiantados da horrível doença, escreve: “Os sintomas e efeitos desta doença são repugnantes. Aparece uma casca ou intumescimento branco, mudando no lugar a cor do cabelo para amarelo; depois, uma mancha mais profunda que a pele, ou ferida, no lugar do intumescimento. Então, espalha-se e ataca as partes cartilaginosas do corpo. As unhas se desprendem e caem, as gengivas amortecem e os dentes deterioram-se e caem; o hálito é fétido, o nariz decompõe-se; os dedos, mãos e pés podem ser perdidos, ou os olhos comidos. A beleza humana cai em corrupção, e o paciente sente que está sendo comido como por um demônio, que o consome vagarosamente numa refeição impiedosa, que não termina até que ele seja destruído. Ele é separado de seus amigos. Quando alguém se aproxima, ele deve gritar ‘Imundo! Imundo!’, para que toda a humanidade possa afastar-se. Deve abandonar esposa e filhos e ir viver e com outros leprosos, à vista desalentadora de misérias semelhantes à sua própria. Deve morar em casas desmanteladas ou em tumbas. Ele é, como diz Trench, uma terrível parábola da morte. Pelas leis de Moisés (Levítico 13:45; Números 6:9; Ezequias 24:17.), era obrigado, como se estivesse de luto por sua própria morte, a carregar consigo os emblemas da morte – as roupas rasgadas; devia conservar a cabeça raspada e os lábios cobertos, como era o costume com aqueles que tinham comunhão com os mortos. Quando os Cruzados trouxeram a lepra do Oriente, era comum cobrir o leproso com uma mortalha e dizer por ele a missa dos mortos... Em todas as épocas, esta doença indescritivelmente horrenda tem sido considerada incurável. Os judeus acreditavam que Jeová a infligia diretamente, como punição por alguma perversidade extraordinária ou algum ato transcendente de pecado, e que apenas Deus podia curá-la. Quando Naamã foi curado e sua carne renovada como a de uma criança, disse: ‘Eis que tenho conhecido que em toda a terra não há Deus, senão em Israel.” (2 Reis 5:14-15.)
O fato de que a lepra não é, de maneira geral, transmissível por mero contato exterior é acentuado por Trench, Notes on the Miracles, pp. 165-168, e o isolamento dos leprosos, exigido pela lei mosaica, é por ele considerado como pretensa lição prática e imagem para ilustrar a impureza espiritual. Diz ele: “Refiro-me à suposição errada de que a lepra era contagiosa, passando de uma pessoa a outra; e de que os leprosos eram tão cuidadosamente isolados, a fim de que não transmitissem a doença a outros, da mesma forma que as roupas rasgadas, os lábios cobertos, o grito “Imundo, imundo’ (Levítico 13:45) constituíam avisos para que todos se mantivessem afastados, para que não tocassem, inadvertidamente, um leproso, ou se aproximassem demasiadamente dele, contagiando-se. Quanto à existência de tal perigo, todos que até agora tem estudado mais profundamente o assunto, concordam que a moléstia não é transmissível de uma pessoa a outra através de simples contato. Um leproso poderia transmiti-la a seus filhos ou a mãe de uma criança leprosa pode ser contaminada por ela. Todas as menções feitas no Velho Testamento, assim como em outros livros judeus, confirmam que temos aqui algo muito mais elevado que uma simples regulamentação sanitária. Assim, onde a lei de Moisés não era observada, não ocorria, necessariamente, tal reclusão; Naamã, o leproso, comandava os exércitos da Síria (2 Reis 5:1); Geazi, com sua lepra incurável, (2 Reis 5:27) falava familiarmente com o rei da Israel apóstata. (2 Reis 8:5.)... E, ainda mais, como teriam os sacerdotes levitas escapado à moléstia, fosse ela contagiosa, obrigados como eram, por seu próprio ofício, a tocar o leproso, submetendo-o ao mais minucioso exame?... A lepra era nada menos que a morte em vida; uma corrupção de todos os humores, um envenenamento das próprias fontes da vida; uma dissolução gradativa de todo o corpo, de forma que um membro do corpo após outro realmente decompunha-se e caía. Aarão descreve exatamente a aparência do leproso aos olhos dos observadores, quando, intercedendo por Miriam diz: ‘não seja ela como um morto, que saindo do ventre de sua mãe, tenha metade da sua carne já consumida.’ (Números 12:12). Além do mais, a doença não era curável pela perícia e habilidade do homem; não que o leproso não pudesse recuperar a saúde, pois, embora raros, tais casos são considerados na lei levítica... O leproso, marcado assim de maneira tão terrível pelo estigma visível do pecado em sua alma era tratado em toda parte como um pecador, alguém em quem o pecado havia alcançado seu clímax, alguém que havia morrido em transgressão. Era ele uma terrível parábola da morte. Trazia consigo os emblemas da morte (Levítico 13:45); as roupas rasgadas, de luto por si mesmo, como um morto; a cabeça raspada, como eram obrigados a ter aqueles que eram maculados por comunhão com os mortos (Números 6:9; Ezequias 24:22); os lábios cobertos (Ezequias 24:17)... Mas o leproso era como um morto, e como tal era afastado do acampamento (Levítico 13:46; Números 5:2-4) ou da cidade (2 Reis 7:3), sendo esta lei tão estritamente observada, que até mesmo a irmã de Moisés não pode escapar a ela  (Números 12:14-15); e os próprios reis, como Uzias (2 Crônicas 26:21; 2 Reis 15:5) tinham que submeter-se à mesma, sendo-lhes ensinado, com esta exclusão, que o que acontecia aqui simbolicamente, deveria acontecer na realidade com cada um que fosse encontrado na morte do pecado.”
Para detalhes das elaboradas cerimônias de purificação de um leproso recuperado, veja-se Levítico, capítulo 14.
JAMES E. TALMAGE – Jesus O Cristo, NOTA 1 DO CAPÍTULO XIV pp.193-195.

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