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(NÃO MEXER)

Milagre - Jesus Alimenta 5000 No Deserto

Ao término de sua viagem missionária, os apóstolos reuniram-se ao Mestre e relataram o que haviam ensinado e o que haviam feito através de sua administração autorizada. Haviam pregado o Evangelho do arrependimento em todas as cidades, aldeias e vilas pelas quais passaram; tinham ungido com óleo muitos enfermos, e o poder de seu sacerdócio fora evidenciado pelas curas realizadas; mesmo espíritos imundos e demônios se lhes haviam sujeitado (Marcos 612, 13; Lucas 9:10. Note testemunho semelhante dos Setentas, que foram enviados em época posterior, e que retornaram regozijando-se pelo poder que se havia manifestado em seu ministério; Lucas 10:17). Encontraram Jesus acompanhado por grandes multidões e não tiveram muita oportunidade de conferenciar com ele em particular; “porque eles não tinham tempo nem para comer, visto serem numerosos os que iam e vinham”. Os apóstolos devem ter-se alegrado ao ouvir o convite do Senhor: “Vinde repousar um pouco, à parte, num lugar deserto”. Em busca de reclusão, Jesus e os Doze afastaram-se do povo e entraram em um barco, no qual atravessaram até um ponto rural adjacente à cidade de Betsaida (Nota 4, no final do capítulo). A partida do grupo, entretanto, não passou despercebida, e o povo correu pela praia e contornou a margem norte do lago, para unir-se a ele no local do desembarque. Pelo relato de João, somos levados a concluir que, antes que se reunisse um grande número de pessoas, Jesus e seus companheiros subiram à colina perto da praia, onde descansaram por algum tempo. Nosso Senhor contemplava a multidão que se aglomerava nos declives mais baixos como ovelhas sem pastor. E, acendendo aos desejos do povo e às suas próprias emoções de piedade divina, ensinou-lhes muitas coisas, curou seus enfermos e confortou seus corações com ternura compassiva.

Cinco Mil Alimentados no Deserto
(João 6:5-14; comparar com Mateus 14:15-21; Marcos 6:35-44; Lucas 9:12-17.)
Tão absorto estava o povo ouvindo as palavras do Senhor, e tão interessado no alívio milagroso resultante de suas administrações de cura, que permaneceu no deserto, esquecido do passar das horas, até quase à noite. Era primavera, próximo ao acontecimento anual da festa da Páscoa, a estação da relva e das flores (João 6:4; Mateus 14:19; Marcos 6:39). Percebendo que o povo estava com fome, Jesus perguntou a Filipe, um dos Doze: “Onde compraremos pães, para estes comerem?” O propósito da pergunta era experimentar a fé do apóstolo, pois o Senhor já havia determinado o que seria feito. A resposta de Filipe demonstrou surpresa diante da pergunta, e transmitiu a sua ideia de que a tarefa sugerida era impossível. “Não lhes bastariam duzentos denários de pão, para receber cada um o seu pedaço”, disse ele. André acrescentou que havia um rapaz presente que tinha cinco pães de cevada e dois peixes pequenos, “Mas”, disse ele, “que é isto para tantos?”
Tal é o relato de João; os outros escritores afirmam que os apóstolos lembraram a Jesus o adiantado da hora e instaram-no a que mandasse o povo embora, para procurar pão e abrigo nas cidades mais próximas. Parece mais provável que a conversa entre Jesus e Filipe tenha ocorrido anteriormente, naquela tarde (Nota 5, no final do capítulo); e que, com o passar das horas, os Doze tenham ficado preocupados e aconselhado que a multidão fosse dispersada. A reposta do Mestre aos discípulos foi: “Não precisam retirar-se, dai-lhes vós mesmos de comer.” Assombrados, replicaram: “Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes”; e o comentário desesperançado de André está aqui novamente subentendido – Mas que é isto para tantos?
Jesus deu instruções e o povo sentou-se na relva em disciplinada ordem; agruparam-se em número de cinquenta e de cem, e descobriu-se que a multidão era composta de cerca de cinco mil homens, além das mulheres e crianças. Tomando os pães e os peixes, Jesus olhou para os céus e pronunciou uma bênção sobre a comida; e, então, dividindo a provisão, repartiu-a entre os apóstolos que, por sua vez, a distribuíram à multidão. A substância do pão e do peixe aumentou sob o toque do Mestre; e o povo banqueteou-se no deserto, até que todos estivessem satisfeitos. Aos discípulos, Jesus disse: “Recolhei os pedaços que sobejaram, para que nada se perca”; e doze cestos foram cheios com as sobras.
Quanto ao milagre em si, o conhecimento humano não pode explicá-lo. Embora realizado em escala tão grande, não é nem mais nem menos inexplicável do que qualquer outra das obras miraculosas do Senhor. Foi uma manifestação de poder criativo, pelo qual elementos materiais foram organizados e compostos para atender a uma necessidade premente do momento. A porção que restou, embora em pedaços, excedia em volume e peso ao pequeno suprimento original. A ordem para juntar os fragmentos, dada pelo Senhor, foi uma impressionante lição contra o desperdício. E talvez tenha sido para proporcionar tal lição que uma sobra tenha sido suprida. A comida foi simples, mas nutritiva, saudável e satisfatória. Pão de cevada e peixe constituíam o alimento comum das classes mais pobres da região. A conversão de água em vinho, em Caná, foi uma transmutação qualitativa; o pão e o peixe, que alimentaram a multidão, envolveram um aumento quantitativo. Quem pode dizer qual destes milagres foi mais extraordinário?
A multidão, agora alimentada e satisfeita, refletiu sobre o milagre. Em Jesus, por quem tão grande obra fora realizada, reconheceram Alguém que possuía poderes sobre-humanos. “Este é verdadeiramente o profeta que devia vir ao mundo”, disseram eles – o Profeta cuja vinda havia sido prevista por Moisés e que deveria ser como ele próprio. Assim como Israel havia sido milagrosamente alimentada durante a época de Moisés, assim também agora este novo Profeta provia pão no deserto. Em seu entusiasmo, o povo propôs aclamá-lo rei e compeli-lo a tonar-se seu líder. Essa era sua concepção bruta da supremacia messiânica. Jesus ordenou a seus discípulos que partissem de barco, enquanto permanecia para despedir a multidão, agora excitada. Os discípulos hesitaram em deixar o Mestre; mas ele compeliu-os a lhe obedecerem. Sua insistência para que os Doze se separassem dele e da multidão pode ter sido consequência de um desejo de proteger os discípulos escolhidos contra possível contaminação pelos desígnios materialistas e iníquos da multidão, de fazê-lo rei. Por meios não detalhados, ele fez com que o povo se dispersasse; e, com o cair da noite, encontrou aquilo que viera procurar – solidão e calma. Subindo a montanha, escolheu um lugar ermo e lá permaneceu em oração a maior parte da noite.
JAMES E. TALMAGE – Jesus O Cristo, Capítulo XXI, pp.322-325.


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