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(NÃO MEXER)

Os Dons Do Espírito

São Geralmente Recebidos De Modo Sereno E Reservado, Sem Manifestações Exteriores.
“As opiniões dos homens em relação ao dom do Espírito Santo são variadas e conflitantes. Algumas pessoas tinham o hábito de considerar toda manifestação sobrenatural como um efeito do Espírito de Deus, ao passo que outras achavam que simplesmente não havia nenhuma manifestação relacionada a isso; e que tudo não passava de um simples impulso da mente, ou um sentimento, impressão, evidência ou testemunho íntimo e secreto que os homens possuíam, e que não havia manifestação externa dessas coisas.
Não admira que esses homens ignorassem, em grande parte, os princípios da salvação e mais especificamente a natureza, ofício, poder, influência, dons e bênçãos do dom do Espírito Santo, quando pensamos que a humanidade esteve envolta em densas trevas e ignorância por muitos séculos que se passaram, sem revelação ou qualquer critério justo [pelo qual] chegar a um conhecimento das coisas de Deus, que somente pode ser conhecido pelo Espírito de Deus. Portanto, não é incomum acontecer que, quando os Élderes desta Igreja pregam aos habitantes do mundo, dizendo que se eles obedecerem ao Evangelho receberão o dom do Espírito Santo, as pessoas esperem ver alguma manifestação maravilhosa, alguma exibição grandiosa de poder ou algum milagre extraordinário ser realizado.
A humanidade tem a tendência de correr para os extremos, especialmente nos assuntos religiosos, por isso as pessoas em geral querem uma exibição milagrosa, ou não acreditarão de modo algum no dom do Espírito Santo. Se um Élder impuser as mãos sobre uma pessoa, muitos acham que a pessoa precisa se erguer imediatamente e falar em línguas e profetizar; essa ideia decorre da ocasião em que Paulo impôs as mãos sobre certas pessoas que já tinham sido batizadas anteriormente (conforme declaravam) no batismo de João; e quando ele fez isso, elas ‘falaram em línguas e profetizaram’ [ver Atos 19:1–6]. (...) Cremos que o Espírito Santo é concedido pela imposição de mãos por alguém que tenha autoridade, e que o dom das línguas e também o dom da profecia são dons do Espírito e são obtidos por esse meio; mas dizer que os homens sempre profetizaram e falaram em línguas quando receberam a imposição de mãos seria declarar algo inverídico, contrário à prática dos apóstolos e não condizente com as sagradas escrituras. (...)
(...) Nem todos os dons do Espírito são visíveis aos olhos naturais ou à compreensão do homem; na verdade bem poucos o são. (...) Poucos deles podem ser reconhecidos pelas pessoas. Pedro e João eram Apóstolos, mas o tribunal judeu os condenou como impostores. Paulo foi Apóstolo e Profeta, mas eles o apedrejaram
e o puseram na prisão. As pessoas não sabiam, mas ele possuía o dom do Espírito Santo. Nosso Salvador foi ‘[ungido] com óleo de alegria mais do que a teus companheiros’ [Hebreus 1:9], mas em vez de as pessoas O reconhecerem, disseram que Ele era Belzebu e O crucificaram como impostor. Quem poderia reconhecer um pastor, um mestre ou um evangelista por sua aparência, a despeito de possuírem o dom do Espírito Santo?
Mas falando dos outros membros da Igreja e analisando os dons mencionados por Paulo, veremos que o mundo em geral não pode saber nada a respeito deles e que há apenas um ou dois que poderiam ser imediatamente reconhecidos, se todos fossem imediatamente concedidos pela imposição de mãos. Em [I Coríntios 12:4–11], Paulo disse: ‘Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil. Porque a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; E a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; e a outro a operação de maravilhas; e a outro a profecia; e a outro o dom de discernir os espíritos; e a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação das línguas. Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer’.
Há vários dons mencionados aqui, mas qual de todos eles poderia ser reconhecido por um observador na imposição de mãos? A palavra de sabedoria e a palavra de conhecimento, são dons como qualquer outro, mas se a pessoa possuir esses dois dons, ou recebê-los pela imposição de mãos, quem o saberia? Outro pode receber o dom da fé, e as pessoas não saberiam disso. Ou suponham que um homem tenha o dom de curar ou o poder para realizar milagres, isso não seria conhecido então; mas seria necessário o momento e a circunstância para evocar esses dons. Suponham que um homem tenha o dom do discernimento de espíritos, quem seria capaz de reconhecê-lo? Ou se ele tiver a interpretação das línguas, a menos que alguém tenha falado em uma língua desconhecida, evidentemente ele teria que permanecer calado; há somente dois dons que seriam visíveis: O dom de línguas e o dom da profecia. Essas são as coisas das quais mais se fala, mas se uma pessoa falasse em uma língua desconhecida, de acordo com o testemunho de Paulo, ela seria um bárbaro para os presentes [ver I Coríntios 14:11]. Diriam que ela falou incoerentemente; e, se alguém profetizasse, considerariam suas palavras absurdas. O dom das línguas é talvez o menor dom de todos, mas ainda assim é um dos mais procurados.
Portanto, de acordo com o testemunho das Escrituras e as manifestações do Espírito no passado, muito pouco seria conhecido a esse respeito pelas multidões ao redor, a não ser em alguma ocasião extraordinária, como no dia de Pentecostes. Os dons maiores, melhores e mais úteis não seriam reconhecidos por um observador. (...)
As manifestações do dom do Espírito Santo, o ministério de anjos ou o desenvolvimento do poder, majestade ou glória de Deus raramente foram manifestados publicamente, e isso geralmente aconteceu para o povo de Deus, como os israelitas, mas o mais comum era quando os anjos apareciam, ou o próprio Deus Se revelava para indivíduos em particular, em seus aposentos; no deserto ou nos campos, e geralmente sem barulho ou tumulto. Um anjo libertou Pedro da prisão na calada da noite; apareceu para Paulo sem que fosse visto pelo restante da tripulação; apareceu para Maria e Isabel sem que outros ficassem sabendo; falou para João Batista, sem que as pessoas ao redor soubessem disso.
Quando Eliseu viu as carruagens de Israel e seus cavaleiros, isso passou despercebido para outros. Quando o Senhor apareceu para Abraão, foi na porta de sua tenda; quando os anjos visitaram Ló, ninguém os conheceu a não ser ele, o mesmo provavelmente ocorrendo com Abraão e sua esposa; quando o Senhor apareceu para Moisés, foi numa sarça ardente, no tabernáculo ou no alto de uma montanha; quando Elias foi levado em uma carruagem de fogo, isso não foi visto pelo mundo; e quando ele estava na fenda de uma rocha, houve um ruidoso trovão, mas o Senhor não estava no trovão; houve um terremoto, mas o Senhor não estava no terremoto;
e então houve uma voz mansa e delicada, que era a voz do Senhor, dizendo: ‘Que fazes aqui, Elias?’ [Ver I Reis 19:11–13.]
O Senhor nem sempre se dará a conhecer por uma voz retumbante, por uma exibição de Sua glória ou manifestação de Seu poder; e aqueles que estão ansiosos por ver essas coisas são os que menos estão preparados para vê-las e, se o Senhor manifestasse Seu poder, como o fez para os filhos de Israel, essas pessoas seriam as primeiras a dizer: ‘Não fale mais o Senhor, para que seu povo não morra’ [ver Êxodo 20:19].”
PROFETA JOSEPH SMITH – Ensinamentos dos Presidentes da Igreja, lição 09, p.125-128.

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