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(NÃO MEXER)

Milagre - Jesus Cura Paralítico Em Betesda

A Cura de um Paralítico no Sábado - Em vista das condições reinantes, não nos surpreendemos ao encontrar nosso Senhor, relativamente cedo no decorrer de seu trabalho público, sendo acusado de violar o sábado. Um exemplo que acarretou muitas manifestações é registrado por João, (João, capítulo 5.) cuja narrativa compreende a passagem de um milagre comovente. Jesus estava novamente em Jerusalém, por ocasião de uma das festas judaicas. (Nota 2, no final do capítulo.) Havia na cidade um tanque de água, chamado Betesda, próximo ao mercado de ovelhas. Por sua descrição, podemos concluir que se tratava de uma fonte natural; provavelmente a águia era rica em sólidos dissolvidos ou em gases, ou ainda em ambos, constituindo o que chamamos hoje de fonte mineral, pois vemos que a água tinha fama de possuir qualidades curativas, e muitos enfermos iam banhar-se nela. A fonte era de natureza pulsativa; a determinados intervalos, suas águas elevavam-se em borbulhante tumulto, voltando em seguida ao nível normal. Fontes minerais desta espécie são encontradas hoje em muitas partes do mundo. Alguns acreditavam que a agitação periódica das águas de Betesda era resultado de uma intervenção sobrenatural; e dizia-se que “o primeiro que ali descia, depois do movimento da água, sarava de qualquer enfermidade que tivesse.” O tanque de Betesda ficava total ou parcialmente cercado; e cinco alpendres haviam sido construídos para abrigar aqueles que esperavam o movimento intermitente das águas.
Em certo sábado, Jesus visitou o tanque e viu muitos doentes esperando. Entre eles, estava um homem que havia trinta e oito anos se encontrava gravemente enfermo. Pelas palavras do homem acerca da própria debilidade, podemos inferir que sua moléstia era paralisia, ou, possivelmente, uma forma aguda de reumatismo; qualquer que fosse sua aflição, tornava-o tão incapacitado, que ele tinha uma oportunidade muito pequena de entrar no tanque no momento preciso, pois outros menos inválidos se lhe adiantavam; e, segundo as lendas relativas às propriedades curativas da fonte, somente o primeiro a penetrar nas águas, após sua turbulência, podia ter esperança de cura.
Jesus reconheceu no homem um indivíduo merecedor de uma bênção, e disse-lhe: “Queres ficar são?” A pergunta foi tão simples que quase pareceu supérflua. Claro é que o homem desejava ser curado, e esperava paciente mas ansiosamente pela pequena oportunidade de chegar às águas no momento exato. Entretanto, estas palavras do Mestre, assim como todas as outras, tinham um propósito. A atenção do homem foi atraída para ele, e nele se fixou; a pergunta despertou no coração do sofredor um renovado anseio pela saúde e pela força das quais havia sido privado desde os dias de sua juventude. Sua resposta foi dolorosa e revelou seu desesperançado estado de espírito; estava pensando apenas nas apregoadas virtudes do tanque de Betesda, quando disse: “Senhor, não tenho homem algum que quando a água é agitada, me meta no tanque; mas, enquanto eu vou, desce outro antes de mim.” Então falou Jesus: “Levanta-te, toma a tua cama e anda.” A força imediatamente ressurgiu naquele homem que, por quase quatro décadas, havia sido inválido; ele obedeceu ao Mestre, e, tomando o pequeno colchão ou catre no qual se deitava, saiu andando.
Não tinha caminhado muito quando os judeus, isto é, alguns dos oficiais, pois assim o evangelista João emprega o termo, o viram carregando sua cama; e era sábado. À peremptória reprimenda dos mesmos, respondeu, com a gratidão e simplicidade honesta de seu coração, que “Aquele que o havia curado lhe dissera que tomasse a tua cama e andasse”. O interesse dos inquiridores transferiu-se instantaneamente do homem para Aquele que realizara o milagre; mas o que fora aleijado não pode fornecer o nome do seu Benfeitor, pois perdera Jesus de vista na multidão, antes que tivesse a oportunidade de formular perguntas ou agradecimentos. O homem que havia sido curado dirigiu-se ao templo, possivelmente impelido por um desejo de expressar em oração seu reconhecimento e júbilo. Lá Jesus o encontrou e lhe disse: “Eis que já estás são; não peques mais, para que não te suceda alguma coisa pior” (Veja-se outro exemplo, nas páginas 185-188 – Capítulo XIV, A Cura de um Paralítico.)  A aflição do homem, provavelmente, havia sido causada por seu hábitos pecaminosos. O Senhor decidiu que ele já havia sofrido suficientemente na carne, e pôs fim ao seu tormento físico, admoestando-o depois para que não pecasse mais.
O homem foi e contou aos oficiais quem o havia curado. Isto ele pode ter feito com o desejo de honrar e glorificar o Doador de sua dádiva; não há justificativa para atribuir-lhe qualquer propósito indigno, embora, com seu ato, tenha servido de instrumento para aumentar a perseguição de seu Senhor. Tão intenso era o ódio da facção sacerdotal, que os oficiais procuraram um meio de levar Jesus à morte, com o especioso pretexto de que havia profanado o dia de sábado. Podemos perguntar-nos por qual ato esperariam condená-lo, mesmo com a mais estrita aplicação de suas leis. Não havia qualquer prescrição contra o falar no dia de sábado; e Jesus tinha apenas falado para curar. Ele não havia carregado a cama do homem, nem tentado realizar o mais leve trabalho físico. De acordo com sua própria interpretação da lei, não tinham qualquer acusação contra ele.
JAMES E. TALMAGE – Jesus, O Cristo, Capítulo XV, pp. 199-202.

1. Requisitos rabínicos concernentes à observância do Sábado. – “Nenhum aspecto do sistema judeu era tão marcante quanto sua extraordinária rigidez relativa à observância do sábado como dia de completo descanso. Baseados no mandamento de Moisés, os escribas haviam formulado uma vasta lista de proibições e injunções, abrangendo toda a vida social, individual e pública, levando-a a extremos de ridícula caricatura. Leis prolixas foram prescritas sobre os tipos de nós que poderiam ser atados legalmente no sábado. Eram ilegais os nós dos cameleiros e marinheiros, e era igualmente ilegal atá-los ou desmanchá-los. Um nó que pudesse ser desmanchado com uma só mão, podia ser desfeito. Um sapato ou sandália, um odre de vinho ou de azeite, um vaso de pele podiam ser amarrados. Um cântaro junto a uma fonte podia ser preso ao cinto, mas não com uma corda... Acender ou apagar o fogo no sábado era um grande desrespeito ao dia, e nem mesmo em caso de enfermidade se permitia violar as regras rabínicas. Era proibido administrar eméticos no sábado, consertar um osso fraturado ou pôr no lugar uma junta deslocada, embora alguns rabis mais liberais afirmassem que tudo o que punha em perigo a vida invalidava a lei do sábado, ‘porque os mandamentos tinham sido dados a Israel apenas para que pudessem viver por eles.’ Se uma pessoa fosse soterrada no sábado, podia ser socorrida se ainda estivesse viva, mas, se morresse, devia ser deixada no mesmo lugar, até que o sábado terminasse.” – Geikie , Life and Words of Christ, capítulo 38.
JAMES E. TALMAGE – Jesus O Cristo, NOTA 1 DO CAPÍTULO XV p.208.


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