Um certo
dia, na floresta, um grande alvoroço se fez.
Era uma
agitação anormal, a bicharada se movia de um lado a outro.
Era de
verdade, uma manhã atípica entre estas criaturas.
Além de
estarem se movimentando de forma suspeita,
Muito só
conversava em forma de cochichos,
Era de se
notar que algo escondido estava a se formar.
Pensei
eu, será a chegada de algum grande predador?
Ou seria
talvez, alguém muito doente?
Ou seria
algum outro tipo sério de desastre?
Comecei a
olhar para todos e em todos os lugares,
Nada
conseguia entender ou mesmo ver,
Muito
menos, ouvir.
Perguntei
a preguiça, “O que se passa?”
Ela, como
é, preguiçosamente respondeu:
“Não sei
bem, pois quando começaram a me contar, acordada não consegui ficar.”
Perguntei
então a Dona raposa, estando é claro a uma boa distância: “O que se passa?”.
Ela,
lambendo os beiços, disse: “Posso tudo lhe contar, mas de longe não posso
gritar, venha logo então, mais perto de mim ficar.” Curioso estava, mas louco
ainda não, logo então, bem mais longe dela eu estava.
Logo um
zunido ouvi e logo por isso entendi, assim, bem rápido a abelha perguntei: “O
que se passa?”
Ela muito
apressada e bem agitada, pouco caso de mim fez, mas mesmo assim respondeu:
“Não sei
o que perguntas, sei que o trabalho me espera, nada te digo, continua em tua
espera”.
A
curiosidade me queimava, então avistei a tartaruga, e rápido perguntei:
“O que se
passa?” Ela, como é, respondeu com muita calma:
“Bem que
a mim também chamaram, mas com esse meu passo, quando lá cheguei, todos longe
já estavam.”
Mas será
que ninguém aqui sabe o que está a acontecer? Perguntei a mim mesmo.
Pensando
nisto, bem avistei o castor na sua represa e a mesma pergunta lhe fiz. Ele
então me disse:
“Bem que
me chamaram para lá estar, mas ontem, só bem tarde parei de trabalhar.”
Afinal de
contas, quem me dirá o que aqui acontecendo está?
Nisto a
coruja vi, e a ela de longe me dirigi: “Dona coruja!” gritei eu bem alto, “O
que se passa com a bicharada?”; Que decepção, logo perto a chegar, ouvindo
então um roncar, percebi que Dona Coruja um cochilo estava a tirar.
Há, lá
está a dona formiga, ela sim, irá me informar. “Olá” disse eu, “Como vai dona
formiga? Responda-me eu te peço: O que se passa com a bicharada?”. “Perguntas
logo a mim?” Falou ela. “Pouco tempo tenho para prosas e passeios, pare de me
atrapalhar e vá logo a outro perguntar.”
Decepcionado,
pensei: Puxa, quem será que a mim me dirá? Por ventura amigo algum possuo e que
a isto me responderá? Ninguém para mim tempo tem? A quem irei? E nisto então,
gritei: “Tem alguém aí? Tem algum amigo aí? Algum amigo que possa parar o que
esta fazendo e a mim me falar o que se passa com a bicharada?” Minha voz, foi
longe, mas nem ao longe vi ou ouvi qualquer que a mim me respondesse. Pensei,
afinal, será que amigos tenho eu? Estão planejando alguma coisa e a mim nada me
falaram e nem a mim me convidaram. Que triste e solitário sou eu.
Logo ouvi
um grande barulho, e vi a bicharada correndo, seria, ou será um grande
predador? Fiquei tão assustado que não conseguia me mover; e a bicharada
continua a correr e de mim mais perto ficavam, agora podia até ouvi-los a
gritar. Seria talvez alguém doente? Ou seria algum tipo sério de acidente? Eu
não conseguia parar de pensar, e minha curiosidade ali me prendia. Quando então
vi a bicharada logo bem perto chegar, me assustei que logo todos a minha volta
ali pararam. E eu então aproveitei e bem alto gritei: “O que se passa afinal
com a bicharada? Tenho algum amigo que a mim possa me responder? O que está
acontecendo aqui com toda a bicharada?”
Logo
então, a minha frente um bolo surgiu, e uma musica cantavam. O que afinal
estava vendo? Um bolo, e o que afinal cantavam sem a mim me responderem, o que
há com a bicharada? Aos poucos, enquanto me acalmava, e a minha curiosidade
amansava, ouvi um coro a cantar: “Parabéns pra você, nesta data querida, muitas
felicidades, muitos anos de vida”.
É, então
percebi, era dia de meu aniversário. Entendi que a bicharada estava a me
preparar uma grande surpresa neste meu dia de aniversário. Eram muitos, quase
todos, só não vi a raposa lá. Que surpresa, agora entendi, o que afinal, estava
a fazer toda aquela bicharada. Há, e o bolo estava tão bom que palavras para ti
não tenho para expressar.
Moral
da História:
Se até os
malvados podem ter amigos, quiçá, os bondosos.
São os
amigos que enchem os lugares no quarto do hospital a visitar-te;
Eles são
aqueles que te ligam em horas inapropriadas.
Os amigos
são os que costumam dar as gargalhadas de suas trapalhadas.
Amigos,
não é quantidade, e sim, qualidade.
Geralmente,
são eles, os amigos que lhe dão as maiores broncas.
Se
precisar, contente-se com poucos, melhor do que ficar sem nenhum.
Cássio B. Piazzarolo